Essa semana (24/10 a 31/10) vamos ler um interessante artigo redigido por Marianna Senderowicz, com o título "Jornalismo de Cadeira". O artigo é sugestão da professora Luciene. Leitura e comentário até meia noite de sábado, dia 31/10/09.
DOWNLOAD DO ARTIGO: Jornalismo de Cadeira
abraços e boa leitura!
Bedendo
O artigo desta semana retrata de forma pertinente um dos maiores problemas vividos pelo jornalismo na era da internet. O estudo traz ao nosso conhecimento algo que todos já sabem de sua existência, mas preferem fechar os olhos. O fato é que hoje os jornalistas estão deixando de apurarem suas pautas e correrem atrás dos fatos. Eles apenas estão reproduzindo o material que eles recebem das agências, ou o que eles ficam sabendo através de outros meios. Podemos ver isso no jornalismo que muitas vezes pega releases e apenas os transcrevem sem analisar o que ali está escrito. Isso está acontecendo, porque novos meios de comunicação surgem em uma velocidade desesperadora no mundo, logo os jornalistas estão dando prioridade a velocidade de informação e não mais a qualidade desta. Para mudar este quadro que vem em uma crescente, nós que queremos a volta da obrigatoriedade do diploma, não devemos ser redatores e sim jornalistas, que investigam, analisam e intrepretam os fatos.
ResponderExcluirHodiernamente, os jornalistas sentem-se satisfeitos com uma limitada ou inexistente apuração. Parece que a essência do profissionais do Jornalismo, ou seja, a latente e perene curiosidade, está se perdendo nas facilidades da pós-modernidade. Por conseguinte, o Jornalismo torna-se refém de releases e agências de notícias, como retrata o artigo de Marianna Senderowicz. Neste momento, cabe à sociedade, como receptora de um imenso número de informações advindas da crescente quantidade de veículos de informação, selecionar os melhores meios e as notícias mais produzidas e apuradas, a fim de ela mesma satisfazer a necessidade de conhecere uma informação de forma completa e não meramente copiada. Somente quando isto ocorrer, os meios de comunicação de massa voltarão a tratar dignamente as notícias, respeitando, consequentemente, o público receptor e o próprio Jornalismo.
ResponderExcluirAs novas tecnologias de comunicação influenciam os hábitos das pessoas, mas principalmente dos profissionais de comunicação. A possibilidade de apurar matérias a partir da redação sem precisar de se deslocar para a cobertura in loco atraí a atenção de muitos profissionais por facilitar, de certa forma, o trabalho. Os prejuízos para a qualidade das matérias são visíveis, por isso, seguir na contra-mão da tendência, com apurações presenciais, utilizando-se de recursos multimídia, como vídeo e áudio, seria o caminho mais recomendado. Os dois vês (verdade e velocidade) apontados na matéria são pontos que devem ser melhor articulados, gerando uma associação positiva entre eles. Acredito que para se conseguir isso é preciso, tocando novamente no fator educação, reestruturar a forma de ensino do jornalismo. Enquanto isso não acontece, acho que os formandos na área terão que explorar sozinhos os novos meios.
ResponderExcluirNo mundo de hoje a busca pela informação tornou-se cada vez mais rápida e simples. A internet propiciou um fluxo impressionante de informações e das mais variadas. Agências de notícias e assessorias de imprensa abastecem a todo o momento as redações de jornais. Toda essa ‘facilidade’ em se informar somada à falta de recursos financeiros que muitas redações enfrentam, propiciam aos jornalistas cada vez mais usarem da internet para apurarem uma matéria, ou então, realizarem as entrevistas por telefone. Com isso, uma das principais características de um jornalista está se perdendo, que é o jornalista de rua, ou seja, aquele que presencia o fato e que redige aquilo que viu e não que leu de outro lugar, ou então, que ouviu falar.
ResponderExcluirA competição pela velocidade na veiculação da informação se acirrou ainda mais, na medida em que os sites de jornalismo foram ganhando espaço, como a principal fonte de informação. Muitos sites atualizam minuto a minuto, o que confere muitas vezes às matérias uma característica negativa. Em algumas reportagens, podemos notar falhas na operação e também erros de português. Ao meu ver, um veículo de comunicação deve, primeiramente, se preocupar com o conteúdo e com a qualidade de suas matérias.Quando um site é o primeiro a postar aquela reportagem, mas a matéria está mal escrita e incompleta, ele perde credibilidade junto ao navegante. É claro que o tempo é essencial no jornalismo e, principalmente, no webjornalismo, mas a qualidade deve sempre prevalecer.
A difusão cada vez mais rápida e em grande escala de informações pela internet propicia pontos favoráveis e desfavoráveis para a comunicação. Sempre atualizada e contando com uma incalculável variedade de notícias, a internet tem servido de base para um jornalismo por vezes “acomodado”.
ResponderExcluirO jornalista por falta de tempo, recursos financeiros ou mesmo pela facilidade, não investiga de fato a matéria. Dessa forma, ele se distancia do acontecimento por não ter tido contato direto com as fontes e nem observado de perto a repercussão do fato; e isso compromete a qualidade de sua produção.
Mas outro lado precisa ser observado. A informação rápida que chega praticamente pronta nas mãos do jornalista pode ter suas vantagens. O leitor tem exigido cada vez mais agilidade, e, além disso, muitas pautas podem ser desenvolvidas sem uma investigação a fundo, até porque o custo que isso propiciaria pode não compensar.
O que, no entanto, sempre será necessário é a checagem de informações. Certificar-se da veracidade do fato deve ser a principal preocupação nesses casos. Outra preocupação que se deve ter é a de não deixar de fornecer ao público informações completas e detalhadas, não permitindo que o jornalismo se torne algo tão somente fundado em notícias divulgadas por agências de notícias.
Comunicação x Informção, poderia ser definida a atual fase do jornalismo. Ao mesmo tempo o público quer agilidade associada à informação bem apurada. Só que com “extinsão” do deadline acoplar essas duas características é complicado. Assim, os meios escolhem uma das duas e investem na qual agradar mais o seu público alvo.
ResponderExcluirNão que esteja errado, pois quem dita as regras atualmente é o mercado e o mesmo pode estar bem com a velocidade ou com a boa apuração. Não que a boa apuração tenha que ser predominatimente lenta, tudo depende da equipe de profissionais da instituição.
Toda empresa que definir sua linha, deve ter em maioria profissionais da linha escolhida, mas não podendo abrir mão dos outros profissionais.
Assim como a professora Torves, creio na combinação dos dois tipos de profissonais. Mas como bem citado pela professora, as redações ainda não perceberam... compremetendo o papel da Informação e da Comunicação.
A partir da reclamação dos leitores e telespectatores é as mudanças começaram, como de fato sempre aconteceu.
A superficialidade reina em nossa era! Todas as esferas da sociedade já foram invadidas pela onda avassaladora da frivolidade. No que tange à informação, a situação não poderia ser diferente. A freneticidade da vida humana nos restringe ao contentamento com fragmentos de informação. As notícias chegam aos nossos ouvidos em velocidade máxima e na mesma frequência elas desaparecem, nos deixando rastros de incertezas.
ResponderExcluirDo mesmo modo, o fazer jornalístico foi afetado pela loucura pós-moderna. Apurar uma informação não exige mais esforços tradicionais de deslocamento, espera e burocracias. Pelo telefone ou internet, investigamos "quase" todos os lados de uma notícia. É claro, que nesse processo ocorrem perdas de todos os tipos: a matéria carece de aprofundamentos, reflexões e até de calor humano. Esse é o preço que pagamos pelos avanços tecnológicos que nos arrebatam e nos escravizam.
Agora, como o receptor pode cobrar por um jornalismo de qualidade se ele é o verdadeiro refén das estratégias editoriais? Se ele mal desconfia que foi "passado pra trás" quando o editor escolheu veicular uma informação em detrimento a outra?
Estamos caminhando por uma rua sem saída. O que nos resta é contentar ou
contentar...
Com a difusão de conteúdos por meio de assessoria ou mesmo agências de notícia, a produção jornalística se tornou mais fácil e rápida. Essa facilidade não pode ser considerada positiva à medida que notícias são publicadas com base em conteúdos não apurados, apenas transformados. Há quem diga que o jornalismo é feito muito mais de transpiração do que de inspiração, o que está deixando de acontecer ultimamente, quando os repórteres não vão mais atrás da notícia. O título “Jornalismo de cadeira” exemplifica bem a crítica da autora.
ResponderExcluirO que está acontecendo é que o jornalista não passa mais a sua experiência do fato, à medida que não mais o vive. Sem essa perspectiva do repórter, a notícia tende a ficar mais generalista e distante.
Os receptores exigem dos meios agilidade e isso prejudica a apuração. O leitor se preocupa com a quantidade de informações e não com a qualidade. As notícias acabam por se transformar em lead, tratando apenas de questões essenciais do fato.
Cabe ao jornalista detectar essa falha e se empenhar na construção da notícia de forma ativa, indo ao local do fato.
Acredito que um dos pontos fortes do jornalismo é a apuração. E a maneira como ela é feita é fundamental para obter uma notícia de qualidade. Apesar de hoje estarmos inseridos em um meio onde a rapidez é fator essencial, a disputa pelo “furo” jornalístico não deve prevalecer sobre a busca por detalhes e por informação completa e sem brechas.
ResponderExcluirMuito dos erros que presenciamos hoje, principalmente na Internet, é devido ao imediatismo disseminado em muitas redações. Jornalista é um profissional que busca, ouve, relata. E nada mais adequado do que ir até a fonte, ouvi-la e a partir passar a informação de forma isenta e completa.
As agencias de noticias são apenas colaboradoras e não devem servir como pretexto para que o profissional não verifique se o que está sendo divulgado é correto. À medida que os veículos crescem, investimento em coberturas mais amplas é essencial. Apesar de caro, deve ser prioridade para que a empresa de comunicação seja respeitada e sua cobertura passe para o espectador informação de qualidade e abrangente.
Como ressalta o texto, vídeos, fotos, depoimentos em áudio são essenciais para complementar a matéria e isso só se consegue pessoalmente. Dividindo funções entre os profissionais da redação, é possível fazer essa cobertura maior. Afinal, dentro da redação só se escreve a noticia, para encontrá-la é preciso estar nas ruas.
Como em qualquer profissão, a falta de recursos financeiros e de tempo são dificuldades que exigem planejamento e ação para garantir um espaço no mercado. No caso dos veículos de comunicação, as inovações tecnológicas devem ser vistas apenas como um recurso adicional que irá tornar o trabalho jornalístico mais rico e adequado ao mundo atual. No entanto, alguns profissionais da área se transformam em verdadeiros escravos do mundo virtual e acabam se esquecendo do compromisso com a sociedade. O papel do jornalista é transmitir as informações da maneira mais fiel possível e verificar os fatos 'in loco' é a melhor maneira de se conseguir isso. E aí entra também a questão da objetividade e da própria formação do comunicador.
ResponderExcluirA apuração da pauta é a primeira etapa na confecção de uma matéria. Uma boa apuração geralmente resulta em uma boa matéria, pois possibilita ao repórter uma compreensão maior do tema e um número maior de entrevistados, que vão dar ao leitor a base necessária para a reflexão e formação de opinião. Na era da informação ágil e com a competição existente entre os veículos de comunicação pela instantaneidade da notícia, esse elemento importante do trabalho jornalístico tem saído prejudicado.
ResponderExcluirO artigo “Jornalismo de cadeira”, discute o tema, mostrando que hoje em dia a produção de notícia esta se tornando um trabalho muito mais fechado dentro das redações que um trabalho de campo. Isso ocorre devido à quantidade de agências de notícias e conteúdos on-line, que facilitam o trabalho do repórter e tornam a apuração in loco menos recorrente. Eu acredito que o deslocamento do veículo de comunicação até a fonte da reportagem, a apuração realizada pessoalmente ainda é o mecanismo mais eficaz para manter a veracidade dos fatos e a imparcialidade do jornalista. A presença do repórter possibilita não só uma matéria mais imparcial e com maior averiguação das informações, como também abre um leque de opções de abordagem para a pauta. Muitas vezes ir até o local facilita o trabalho, dinamiza a noticia. Agindo como observador dos fatos, o jornalista pode escolher melhor sua angulação, descobrir novas fontes e mesmo fatos que desconhecia. A apuração, em minha opinião, serve de crescimento não só para o próprio veículo, como também para o profissional. Através dela o repórter desenvolve o faro jornalístico, questiona mais suas fontes e torna-se conhecido, inclusive. Mesmo com a necessidade de notícias rápidas e quentes, com a contínua busca pelo furo, ainda sou a favor de uma matéria completa. Isto significa uma notícia que traz abrangência dos fatos, diversidade de fontes e que dá ao receptor a vontade de continuar lendo.Além disso, conquista para o veículo a fidelidade de seus leitores.
A prática jornalística cada vez mais longe das ruas é consequência de alguns fatores, como a facilidade de obter informações através da internet ou pelo telefone e a pressa em dar o "furo", no caso do jornalismo online. Como apontado pelo texto, há casos em que a pauta não requer apuração "in loco" e que, portanto, o trabalho de reportagem pode ser feito através do telefone. No entanto, a acomodação de se trabalhar "na cadeira" pode impedir que o repórter consiga visualizar o fato - dificultando, assim, o trabalho de escrever a matéria. Essa visão turva dos fatos compromete o trabalho final e pode ser ainda mais prejudicial, já que a matéria mal apurada pode influenciar a opinião dos leitores.
ResponderExcluirA união das redações, conforme mostrado no caso da RBS, é uma solução possível - já que, dessa forma, os repórteres de internet e de jornal podem trocar informações para fortalecer a apuração. Outra possibilidade, principalmente no caso do jornalismo web, é a exigência de recursos multimídia - como vídeos, áudio e fotos - para enriquecer a informação. Assim, o jornalismo dos portais de internet, por exemplo, deixaria de ser feito apenas com notas atualizadas minuto a minuto, para ganhar mais conteúdo e interatividade.
Qualidade ou velocidade, eis a questão. Em meio ao “boom” dos veículos de comunicação, se pergunta até em que ponto a notícia traz ao leitor, uma informação filtrada, trabalhada ou melhor definição “bem apurada”. Infelizmente, não se pode ficar com expressões retóricas e fazer vista grossa a realidade que o profissional e as empresas de comunicação se deparam. As “ notícias semi-prontas” satisfazem um contexto de competições, de maximização de lucros e a economia de gastos para empresas, contudo será que elas satisfazem a quem se destinam? E aos profissionais, até que ponto o trabalho jornalístico de fato está sendo realizado? O control C, control V se tornou uma fórmula, que se une a pequenas alterações de lead em diversas redações. Os assessores de empresa passaram a ser agentes em um processo linear de informação, em que o contador da história pulou a parte do clímax. José Arbex Jr. em seu livro Shownarlismo: A notícia como espetáculo relata sua vivência como jornalista durante a queda do Muro de Berlim. A sua narrativa está impregnada de suas impressões, dos seus sentimentos em estar naquele momento, em fazer de certa maneira parte da história.. Nesse relato, o autor mostra a diferença ente o campo do visível e do visual, da tênue fronteira entre ver e olhar. O trabalho jornalístico necessita dessa busca em “ estar do lado de dentro”, do recolhimento de dados, do encontro com provas e do questionamento dessas. Sem este encontro, possivelmente, a notícia ficará fadada a uma mera transcrição de informação e da impessoalidade da voz de terceiros. Sem dúvida, jornalismo precisa de tato, e dos demais sentidos, para a construção de um verdadeiro processo de comunicação.
ResponderExcluirRaruza Keara
O jornalismo tem sido questionado quanto à sua falta de qualidade que surge em função da rapidez que o mercado de notícias exige.
ResponderExcluirAs notícias mal apuradas podem conter sérios erros. Isso faz com que a credibilidade do jornal seja colocada em questão. Dessa forma, faz-se um ciclo que compromete cada vez mais o jornal, podendo chegar a um ponto crítico de não ter como se manter.
Por isso, soluções como integrar portais online e redação de jornal impresso são uma saída estratégica, para que a empresa possa produzir bastante conteúdo, todos com qualidade e com rapidez. Dessa forma, atrai mais investimentos e pode, cada vez mais, investir em bons profissionais, suporte para eles e equipamentos.
O texto me fez pensar sobre a estrutura do “mergulhão”, principalmente do de rádio em que precisamos fazer mais de uma matéria todos os dias. A grande maioria das reportagens é pautada em outros veículos de comunicação. Ficar sem internet é praticamente ficar sem pauta. Até os jornais impressos, que também são utilizados na produção de pautas, geralmente são lidos na versão on-line. A grande desculpa dos alunos é a falta de tempo. Ter que conciliar mergulhão, estágio entre outras matérias realmente não é fácil. O fato é que já começamos viciados nesse modelo. O uso da rede já é inerente ao processo de produção de notícias. O que não pode acontecer é ter a internet como única fonte de informação. Um profissional que vive da produção de notícias tem a obrigação de apurar toda informação. Por isso achei interessante a estratégia utilizada pela RBS. Utilizar vídeos ou depoimentos em áudio nas matérias confere credibilidade ao veículo e força o jornalista sair da redação.
ResponderExcluir