Texto para leitura entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro de 2009:
A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park, de Isabelle Anchieta de Melo.
Atenção turma: comentários até a meia noite de sexta-feira, dia 04/09. Boa leitura!
Bem vindo ao espaço digital utilizado pelos alunos e professores da disciplina Técnica de produção em Jornalismo Impresso para debates sobre questões pertinentes à formação jornalística e à prática do dia-a-dia da profissão no meio impresso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O texto de Isabella Anchieta de Melo, intitulado “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, analisa a consolidação do jornalismo como lugar de referência. Neste cenário, as notícias se configuram como narrativas sobre o real e a maioria das pessoas toma conhecimento do que acontece no mundo apenas através do que vêem na televisão, escutam nas rádios ou lêem no jornal.
ResponderExcluirSendo desta forma, torna-se fundamental analisar como se dá esta relação entre as pessoas e os meios de comunicação. Em tese, é possível afirmar que o jornalismo possui a pretensão de construir o real, levando em conta uma abordagem plural da realidade. Entretanto, o que se percebe é que, na maioria das vezes, os meios de comunicação se afastam dessa diretriz. O processo de produção das notícias encontra limitações e muitas vezes pode haver o interesse tácito de transmitir mensagens que corroborem com os interesses daqueles que detêm o poder dos meios de comunicação. Este processo de seleção do que virá a ser notícia leva em conta alguns critérios. Dentre eles, vale ressaltar a proximidade, a negatividade e os valores sociais e econômicos. Geralmente, aquilo que se afasta do ritual costumeiro aparece nos jornais.
Os meios já perceberam, também, a importância de conhecer o público e saber o que o agrada, já que a notícia só ganhará força se atingi-lo. No entanto, acredito que o conceito de agenda setting continua válido: a mídia pode não determinar a forma como as pessoas pensam, mas, na maioria dos casos, continua determinando sobre o que as pessoas pensam.
Park aborda, também, o fato de a notícia se referir a fatos isolados, sem se preocupar em situá-los cronológicamente. Assim, a notícia se torna uma mercadoria perecível, rapidamente substituída por novas informações. A consequência deste processo é um conhecimento fragmentado e superficial, que pode levar à disfunção narcotizante. A televisão e o rádio contribuem ainda mais para este cenário, uma vez que suas linguagem e formatos já não favorecem ao aprofundamento e à reflexão dos conteúdos.
Essa tendência do jornalismo está diretamente relacionada com a vida que as pessoas levam: tudo tem que ser imediato, dinâmico. Assim, o conhecimento também deve ser simples e de absorção imediata. As notícias se tornam curtas e superficiais. Dentro deste contexto é possível fazer um paralelo com a expressão Hic et Nunc, o “aqui e agora”, a recusa da espera, da paciência. Trata-se de uma busca constante da satisfação imediata.
As notícias são, portanto, uma forma de conhecimento, já que auxiliam a ordenação e sistematização do mundo. É preciso cuidado neste processo, uma vez que o jornalismo não só informa, como também orienta a maior parte da população. Como consequência disso, as pessoas podem se tornar vulneráveis aos interesses daqueles que selecionam os conteúdos noticiosos. Portanto, é importante reeducar o olhar, fazendo com que as pessoas se tornem mais críticas e menos passivas.
Alice Linhares
Comentário do texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, de Isabelle Anchieta de Melo
ResponderExcluirVivemos em uma sociedade de ação, onde o tempo é curto e as rotinas são aceleradas. Esse ritmo de vida contribui para a banalização dos fatos, incluindo aqueles de interesse público. Desta forma, o homem conta com poucos momentos para refletir sobre o que acontece no mundo e no seu próprio núcleo de convivência. Nesse cenário, o Jornalismo surge como forma de conhecimento.
De acordo com o texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, de Isabelle Anchieta de Melo, o Jornalismo busca tornar o acontecimento cotidiano inteligível, tendo em vista a velocidade com que os eventos se sucedem. Sendo assim, ele se estabelece como uma forma de conhecimento imediato capaz de satisfazer a necessidade de informação do público.
A forma de conhecimento produzida pelo Jornalismo está focada no momento presente. Os acontecimentos que viram notícia têm curta duração, acontecem em um lugar específico, são interessantes para o público e estão, normalmente, fora do ordinário. Sendo assim, a notícia se torna fundamental na correria do dia-a-dia, pois ela é a única capaz de apreender a realidade com agilidade e clareza.
É importante ressaltar que o conhecimento produzido pelo Jornalismo é um fenômeno efêmero. A partir do momento que uma notícia deixa de despertar a curiosidade de seu público, ela se torna passado e cede lugar para um novo acontecimento. Desta forma, o público se faz presente no processo comunicativo, já que a notícia só existe enquanto há interesse de seus destinatários. No entanto, essa participação é extremamente limitada, já que cabe ao próprio jornalista selecionar, de acordo com uma noção de público presumida antecipadamente, o que poderia interessá-lo. Portanto, as pessoas estão submetidas a um conhecimento produzido de acordo com a visão dos poucos indivíduos que detêm o poder da comunicação.
Voltando o olhar para o jornalismo impresso, é preciso destacar a sua importante função social. Por mais que o público seja o responsável pela permanência, ou não, de uma notícia, o jornal não deve se pautar apenas no “interesse do público”. É fundamental levar em conta o “interesse público”. Notícias relevantes para a sociedade em geral devem se fazer presentes diariamente. O Jornalismo é uma das instituições de produção de conhecimento mais influentes da atualidade. Na maioria das vezes, as pessoas obtêm informações sobre o que acontece no mundo através dos conteúdos jornalísticos. Cabe a ele interpretar a realidade e produzir uma forma de conhecimento crítico que oriente, organize e influencie positivamente a opinião pública. O público, por sua vez, deve questionar e confrontar as informações que recebe, para que não se torne mais uma vítima de uma democracia ilusória da comunicação.
O Jornalismo se torna, então, um lugar de referência para a sociedade. É a partir das informações difundidas por ele que o público formará suas opiniões e visões de mundo. Para que esta forma de conhecimento continue sendo legitimada pela sociedade, é preciso que o Jornalismo busque abordar a realidade de modo plural e ético e esteja cada vez mais consciente de sua responsabilidade social.
Bárbara Garrido de Paiva Schlaucher
Em 1940, Robert Park já antecipava a discussão a respeito da notícia (jornalismo) ser uma forma de conhecimento da realidade. Ao trabalhar com a linguagem, o jornalismo visa “tornar inteligível o real”, diante de um mundo em que tudo se sucede com rapidez. Em outras palavras, na pressa do cotidiano, o jornalismo é elemento essencial. Ele se configura como uma forma de inteirar a sociedade do que está acontecendo.
ResponderExcluirForma de conhecimento tal que difere da História. Park destaca que, embora trabalhem com os acontecimentos, notícia e História os tratam de maneiras diferentes. A História interpreta e localiza, interligando fatos na linha histórica. A notícia trabalha com o presente e se utiliza do passado ou do futuro apenas para facilitar a compreensão de um fato. Segundo Park, a notícia só existe em um curto momento no presente, enquanto houver interesse do público pelo que foi noticiado.
Ainda assim, mesmo com sua qualidade perecível, a notícia cumpre seu papel. Ela se encaixa muito bem num tempo marcado pela aceleração do tempo e por constantes mudanças. Diante de acontecimentos que se sucedem com grande velocidade, a notícia acompanha esse ritmo. Nesse contexto, ela se diferencia das demais formas de registro da realidade.
Além de trabalhar com o presente, a notícia também leva em consideração o interesse do público. Se não houver interesse pelo que está acontecendo, a notícia perderia seu objetivo maior. No entanto, para que o público tenha acesso a tudo o que está acontecendo, e não apenas àquilo que lhe interessa, é necessário que o jornalismo também trabalhe com todas as informações que o público deveria ter conhecimento.
Park acredita que a notícia esteja associada ao inesperado. Quanto mais o acontecimento se distancie do costumeiro, maior o interesse. Também destaca que, apesar da regularidade na escolha do que será veiculado, isso varia de acordo com alguns critérios. Dentre estes, Park destaca a proximidade. Sem dúvida, há certos padrões na escolha do que será veiculado. O importante é que o jornalismo não se restrinja sempre a esses padrões.
Diante disso, o jornalismo ganha um status particular. Mais do que representar uma forma de conhecimento, ele é um importante instrumento de construção de valores na sociedade. Ele informa e orienta. E como tal, deve abordar os acontecimentos de diferentes ângulos. Mas o público também tem grande papel nesse diálogo. Como elemento do processo de comunicação, não deve ser mero receptor passivo da notícia.
Por Thamara Gomes
ResponderExcluirAtravés da análise do texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, de Isabelle Anchieta de Melo, é possível perceber como a notícia se transformou em uma das principais formas de conhecimento da atual sociedade.
A notícia, como base do jornalismo, pode ser considerada uma fonte histórica. Apesar de lidar com o imediatismo, o jornalismo diário é capaz de armazenar informações que podem ser relevantes no futuro.
O jornalismo, hoje, é um principais formadores de opinião. Os jornalistas são referência no quesito informação. No entanto, parte da sociedade parece não se dar conta de que o jornal da banca, da TV, do rádio ou da Web podem ser o contato mais próximo com a realidade, e uma forma simples de conhecer o que está a sua volta. Ainda são poucos os que reservam parte de seu dia para ler, ver ou ouvir jornal, ficando sem o simples e factual conhecimento das notícias.
A credibilidade do jornalista está diretamente ligada à veracidade das informações. Por isso torna-se cada vez mais importante a consciência de que o trabalho feito nas redações influencia a população, e que por isso deve ser feito com o máximo de responsabilidade.
A parte que mais me chamou atenção no texto de Isabelle Anchieta de Melo, foi a em que ela explica a comparação feita por Robert Park entre notícia e História.
ResponderExcluirApesar da argumentação deste autor se basear em artifícios extremamente lógicos, discordei do seu ponto de visto no que diz respeito à carga histórica dos fatos noticiados. Ao que me pareceu, a teoria de Robert Park descola os acontecimentos que se tornam notícia da linha de acontecimentos históricos, não somente por sua característica imediatista mas também por um efêmero interesse público. É claro que não desconsidero o fato das notícias, especialmente dos jornais diários ou blogs em tempo real, suprirem a nossa necessidade instantânea de informação, afinal, vivemos um momento em que a palavra de ordem é velocidade, como a própria Isabelle explica. No entanto, estar agregada ao presente não exclui as conexões que a notícia faz com a linha do tempo. Além disso, não penso que o jornalista que recorre ao passado ou projete perspectivas para um futuro próximo faça isso somente para explicar melhor o acontecimento no presente.
Ao meu ver, a notícia funciona sim como um registro histórico dos fatos e talvez, sem elas, muitos eventos do passado teriam sido esquecidos ou não pudessem ser relembrados em detalhes. A notícia, que no texto é tratada como sinônimo de jornalismo, tem um potencial incrível como ferramenta de preservação da memória, mesmo tendo como seu filão o presente mais imediato.
Acredito que depende do leitor se a notícia vai ser, ou não, uma forma de conhecimento.
ResponderExcluirMesmo com o caráter imediato que a notícia apresenta, podemos acompanhar nos jornais o desdobrar de acontecimentos importantes, é claro que o novo terá mais destaque, mas não por isso que um fato deixará de ser acompanhado pela mídia se ainda tiver algum tipo de repercussão.
Para "leitores de manchete de primeira página", vejo a notícia como um "conhecimento de", usando o conceito de Park. Para os que se buscam acompanhar o desenrolar dos fatos através das notícias, acredito que ela possa ser como o "conhecimento acerca de", se a mídia em questão for confiável e der acompanhamento ao acontecimento, mesmo ser destacá-lo.
Quanto ao valor historio, também acredito que depende do que se busca pesquisar. Muitos jornais antigos são importantes objetos para pesquisadores e estudiosos, mas também temos que ter em mente que para compreendermos historicamente um determinado período ou acontecimento não podemos nos limitar em uma só notícia e mídia, levando mais uma vez em conta a questão da confiabilidade e imparcialidade do meio de comunicação e/ou repórter.
"Não haveria notícia se não houvesse por parte dos sujeitos o interesse em saber o que se passa com os outros, com a sua cidade, com o seu país, o mundo e o universo ao seu redor". Sobre essa afirmação feita pela autora, discordo totalmente. Sabemos que há uma série de interesses que envolvendo os meios de comunicação. Não depende só do público o que vai ser notícia. É evidente que ele também pauta, mas não é quem molda o noticiário, este é um reflexo, principalmente, dos valores e interesses de quem publica.
"A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park" é um texto interessante para o aluno que queira viver a parte de apuração das matérias, eu diria um bom texto introdutório.
ResponderExcluirPrimeiro que a autora situa muito bem o leitor quem foi Robert Park para começar a aprofundar no assunto que é do maior interesse que é a notícia.
Ao meu ver,ao entrar memso no assunto, a autora faz isso de forma clara, e não deixa dúvidas do que se trata o artigo. Em relação ao tema a notícia como forma de conhecimento,ela nos mostra um teórico do início do século XX que nos ajuda e muito a entender o nosso tempo. Os estudos de Park são em muitos casos atemporais. Ele diferencia duas formas de saber(senso comum e racional) que muito se parecem com o que entendemos também hoje como formas de saber.
Diferenciar também notícia e história é muito relevante,e isso a autora nos mostra como Park chegou a essa conclusão.
Passa-se por esses passos para chegarmos ao "presente especioso" que na minha opinião éo que definimos de agora, de o que é notícia.
Park,que vivenciou mudançasnos Séc XX relatou que a noticía torna-seforma de conhecimento, a partir do momento que com as mudanças vividas, dependemos e vivemos em busca sempre do presente do que acontece agora. Isso no início do século passado,mas ele adiantou uma fase e que vivemos hoje, que chamamos de imediatismo também. Quem nunca pensou em escrever algo e alguém falar: "a isso eu li na semana passada,num tem mais o que falar". Park não previa um mundo "cada vez menor" com as novas tecnologias presentes em nosso tempo, mas escreveu um pouco dessas mudanças o que nos ajuda a entender melhoro que vivemos.
O que discordo dele é que ele vivenciou uma forma be, diferente do que conhecemos hoje como jornalismo. Ao final do texto, a autora mostra os pensamentos dele na relação notícia e público. Lá atrás,o público poderia ditar todos os temas e acabar com a comunicação. Hoje, o que interessa ao público pe relevante sim, mas em muitos casos o interesse do dono da "empresa" jornalística leva em conta outros fatores e nem por isso deixa de existir a comunicação.
Ao terminar ao texto citando os valores notícias, mais uma vez concordo com as visões do autor. Mas acredito que hoje,o interessedo público se inverteu em relação ao que Park disse: o interesse do público é émaior pelo global do que pelo regional.
"A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park" é um texto interessante para o aluno que queira viver a parte de apuração das matérias, eu diria um bom texto introdutório.
ResponderExcluirPrimeiro que a autora situa muito bem o leitor quem foi Robert Park para começar a aprofundar no assunto que é de maior interesse que é a notícia.
Ao meu ver,ao de vez no assunto, a autora faz isso de forma clara, e não deixa dúvidas do que se trata o artigo. Em relação ao tema,a notícia como forma de conhecimento,ela nos mostra um teórico do início do século XX que nos ajuda e muito a entender o nosso tempo. Os estudos de Park são em muitos casos atemporais. Ele diferencia duas formas de saber(senso comum e racional)que complementam ainda hoje nossa formas de conhecimentodomundo. Diferenciar também notícia e história é muito relevante,e isso a autora nos mostra como Park chegou a essa conclusão.
Passa-se por esses passos para chegarmos ao "presente especioso" que na minha opinião é o que definimos hoje com sendo o que é notícia.
Park,que vivenciou mudanças no Séc XX relatou que a noticía torna-se forma de conhecimento, a partir do momento em que as mudanças vividas,nos fazem buscar sempremais saber do que acontece agora. Isso no início do século passado,mas ele adiantou uma fase e que vivemos hoje, que podemos chamar de imediatismohoje em dia. Quem nunca pensou em escrever algo e alguém falar: "a isso eu li na semana passada,não tem mais o que falar". Park não previa um mundo "cada vez menor" com as novas tecnologias presentes em nosso tempo, mas escreveu um pouco dessas mudanças o que nos ajuda a entender melhor o que vivemos.
O que discordo dele é que ele vivenciou uma forma bem distinta do que conhecemos hoje como jornalismo. Ao final do texto, a autora mostra os pensamentos dele na relação notícia e público. Lá atrás,o público poderia ditar todos os temas e acabar com a comunicação. Hoje, o que interessa ao público é relevante sim, mas em muitos casos o interesse do dono da "empresa" jornalística leva em conta outros fatores e nem por isso deixa de existir a comunicação.
Ao terminar ao texto citando os valores notícias, mais uma vez concordo com as visões do autor. Mas acredito que hoje,o interesse do público se inverteu em relação ao que Park disse: o interesse hoje, é maior pelo global do que pelo regional.
O texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, de Isabella Anchieta de Melo, destaca o jornalismo como a maior fonte de conhecimento da realidade de uma parcela da população.
ResponderExcluirEm um mundo em que os acontecimentos se sucedem numa velocidade difícil de ser acompanhada, os meios de comunicação se tornaram responsáveis por fazer um “retrato da realidade”. A questão a ser discutida é que esse “retrato” por vezes fica distorcido. Nem tudo que acontece vira notícia. As empresas de comunicação tratam a informação como produto e, desse modo, deve gerar lucro. Park destaca de forma pertinente o fato de os jornalistas decidirem o que vira notícia através de critérios de noticiabilidade. Assim o que é costumeiro não vira notícia, o que não é mais de interesse do público também não.
Devemos então pensar na responsabilidade que esse quadro cria para um jornalismo que pretende construir o real. Preocupa o fato de não haver tempo de se discutir profundamente o que é noticiado. A sociedade acaba se limitando a uma reflexão bastante superficial daquilo que acontece. E á talvez nesse espaço que as mídias impressas podem ter seu lugar garantido. É certo que elas não tem a mesma velocidade de seu concorrentes como a internet, por exemplo. Mas o que seria uma desvantagem pode ser usado como ponto forte. Se não há velocidade existe tempo para aprofundar o que será colocado nas bancas no dia seguinte.
Porém é importante ressaltar que se o jornalismo atingiu esse grande imediatismo é porque a sociedade exigiu essa adequação. Há uma receptividade maior para aquilo que é dinâmico e de fácil absorção.
Dafne Nascimento
Na era do Twitter e da queda do diploma de jornalista, vem a calhar a discussão sobre a notícia enquanto forma de conhecimento.
ResponderExcluirA recente anexação da web 2.0 e das possibilidades inúmeras de participação e interação do espectador torna o trabalho do jornalista uma minuciosa arte de trabalhar o fato de um modo que ele se destaque ou que agregue valor à pessoa que lê a notícia. Caso contrário, o jornalismo se torna uma atividade supérflua e marginal em relação ao público.
A queda do diploma da profissão só veio corroborar a nova era da informação, a era dos dados. Como o texto diz, o jornalista deve saber conduzir a notícia com o "conhecimento de", a sua forma de interpretar proveniente de experiências sociais prévias, ao "conhecimento acerca de", sua capacidade crítica e de lógica da análise do fato em questão. Quem consegue unir estas duas características tem a garantia de um público fiel e que realmente valorize o valor do trabalho jornalístico.
Numa profissão que já cometeu muitos exageros, sensacionalismos e erros de apuração, qual o diferencial que leva o leitor a procurar um jornal em detrimento do twitter da fonte? Seja por ironia ou contradição, o que antes era o maior antagonista da profissão agora é seu diferencial: a interpretação do autor da notícia. Se antes se lutava com unhas e dentes pelo jornalismo frio e imparcial, o futuro nos revela que o jornalismo interpretativo é o único caminho possível para a nossa atividade.
E não é só interpretar a seu modo, como os manipuladores de antigamente. Tente enganar seu público, e tudo que o profissional ganha é um nome sujo e propagado em todos os meios de comunicação como anti ético. Vide o impacto da discussão Record x Globo, ou do número de leitores que a Veja perdeu por sua parcialidade.
Robert Park levantou a discussão ideal num tempo diferente, mas que é muito útil para discussão e reflexão no Jornalismo para todo e sempre. Em tempos de nebulosa turbulência no ramo, reforçar a notícia enquanto forma de conhecimento é alento a nós jornalistas.
Leonardo Civinelli - Mergulhão noturno
Estar atualizado no mundo extra dinâmico no qual vivemos não é nada fácil. A rotina agitada que toma conta da vida da maioria das pessoas impede que elas tenham tempo de reflexão a respeito dos acontecimentos e fatos que as cercam. Dessa forma, o jornalismo, mais do que nunca, se configura como base de referencia da sociedade.
ResponderExcluirA realidade é construída e transmitida através dos meios de comunicação e muitas vezes “engolida” pelo público sem nenhum senso crítico. O conhecimento passa a ser medido pela quantidade de informações que se possui e não pela qualidade delas. A fragmentação do real, a superficialidade da informação reina nessa enxurrada de fatos ocorridos e transmitidos em tempo record.
O jornalismo então, satisfaz o desejo de conhecimento imediato. Mas passa também a ser o principal, senão o único olhar pelo qual se enxerga o real. O grande questionamento é que, por mais correta que seja a produção dos conteúdos no jornalismo, sempre há a influencia do jornalista, do editor, dos técnicos e dos diversos profissionais envolvidos na tarefa de construir uma “verdade”. É o que fala a famosa “Teoria dos Gates”. O produto final, sempre é resultado dos interesses de uma empresa e dos pontos de vista escolhidos pelos produtores.
A notícia se constitui sim, em uma forma eficiente de adquirir conhecimento. O grande erro é absorver as informações sem nenhum critério.
Robert Park em A notícia como forma de conhecimento antecipou muitas idéias discutidas em teorias descritas posteriormente, e o que impressiona é que a distância temporal não afastou a atualidade de seus estudos, muito pelo contrário, reforçou alguns de seus pensamentos.
ResponderExcluirA autora do texto que estamos analisando, Isabelle Anchieta de Melo, observa que Robert não faz a devida distinção entre jornalismo e notícia. Sendo assim, ele constrói seus estudos tomando notícia como sinônimo de jornalismo.
Em seu estudo sobre notícia, Park apresenta o conceito de conhecimento de, que a profª Isabelle descreve como senso comum, aquele conhecimento que adquirimos ao longo dos anos, a soma de nossas experiências. Já como conhecimento acerca de, o autor aponta o conhecimento racional, aquele construído depois de muita análise, estudo, sistematização.
É do conceito de conhecimento acerca de que Park amplia sua linha de raciocínio e apresenta “três formas mais recorrentes desse conhecimento”, nas palavras da autora. São elas a Filosofia e a Lógica, a História e as Ciências Naturais.
Ao longo de seus estudos o sociólogo analisa, relaciona e aponta os pontos divergentes entre a notícia e a História. Esta comparação só é proposta porque tanto História, quanto notícia tratam de acontecimentos. Embora tenham um ponto em comum, ambas apresentam várias diferenças.
Enquanto a notícia descreva os acontecimentos, e na maioria das vezes, os acontecimentos presentes, a História contextualiza e sistematiza os acontecimentos e, para que isto possa ser feito, é necessário que haja um distanciamento temporal, para que o fato seja compreendido melhor.
Park aponta ainda a fixação da notícia pelo o que ele chama de presente especioso, o culto pelo efêmero, pela instantaneidade, pela volatilidade, próprios do jornalismo e da informação que é repassada ao público em tempo real. Com essas articulações, que se encaixam tão bem no perfil de comunicação feito hoje, corroboramos a idéia que o presente especioso nada mais é que “o jornal de ontem que vira embrulho de peixe” e perde sua utilidade de informar.
A História analisa os fatos passados e a notícia, aqueles que acontecem neste instante, mas as notícias de hoje ajudarão os historiadores a construir novos paradigmas no futuro. Fatos cotidianos do presente podem ajudar a explicar comportamentos, posteriormente. De igual maneira, a notícia que prima pelo instantâneo, pode reconhecer que uma página da História está sendo escrita diante de seus “olhos”. Este é o caso de fatos como a explosão da bomba atômica, a queda do Muro de Berlim, o atentado de 11 de Setembro. Ao mesmo tempo em que eram noticiados, estes fatos se tornavam fatos históricos.
O autor apresenta o interesse do público como fator determinante para a noticiabilidade de um fato. Ele levanta a tese de que há uma espécie de tensão entre o público e o que é noticiado e que essa tensão deixar de existir, o valor-notícia acaba. Essa tensão seria como um termômetro da curiosidade do público. Assim o valor-notícia varia de acordo com o perfil do público e fatos inusitados, os chamados faits divers, ganham destaque justamente por seu caráter inusitado.
Por fim, Park afirma que o jornalismo é organizacional e institucional e não se trata apenas de uma empresa que gera lucros vendendo informações. Para o sociólogo, a notícia tem a função de auxiliar a ordem natural da sociedade.
Naila Portela
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO texto "A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park", de Isabelle Achieta de Melo, destaca um ponto muito importante do jornalismo: seu papel social.
ResponderExcluirConcordo com a afirmação de que o jornalismo seja construtor e ordenador da sociedade, à medida em que é ele o responsável por armazenar informações sobre os acontecimentos - sejam eles históricos ou casuais.
A notícia está, sim, no presente. Mas acredito que ela permanece viva, quando contribui para a construção da história.
Outro destaue do jornalismo, muito bem observado pelo texto, é o de formador de opinião. Os indivíduos esperam dos veículos de comunicação o conhecimento dos fatos, a veracidade do ocorrido e a imparcialidade. Dessa forma, o papel do jornalista torna-se ainda mais importante na sociedade, e de grande responsabilidade.
Com relação ao poscionamento do autor, que afirma que as notícias só existe, enquanto existir o interesse por parte do público, concordo apenas em partes. As notícias são fruto dos acontecimentos e, muitas vezes, elas existem por si só. É evidente que o espectador influencia na definição das pautas de um jornal, mas o conteúdo dos veículos também é fortemente definido através da linha editorial e da própria bagagem do jornalista.
Laura Giordano
O texto "A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park", de Isabelle Achieta de Melo, destaca um ponto muito importante do jornalismo: seu papel social.
ResponderExcluirConcordo com a afirmação de que o jornalismo seja construtor e ordenador da sociedade, à medida em que é ele o responsável por armazenar informações sobre os acontecimentos - sejam eles históricos ou casuais.
A notícia está, sim, no presente. Mas acredito que ela permanece viva, quando contribui para a construção da história.
Outro destaque do jornalismo, muito bem observado pelo texto, é o de formador de opinião. Os indivíduos esperam dos veículos de comunicação o conhecimento dos fatos, a veracidade do ocorrido e a imparcialidade. Dessa forma, o papel do jornalista torna-se ainda mais importante na sociedade, e de grande responsabilidade.
Com relação ao posicionamento do autor, que afirma que as notícias só existem enquanto existir o interesse por parte do público, concordo apenas em partes. As notícias são fruto dos acontecimentos e, muitas vezes, elas existem por si só. É evidente que o espectador influencia na definição das pautas de um jornal, mas o conteúdo dos veículos também é fortemente definido através da linha editorial e da própria bagagem do jornalista.
Laura Giordano
Robert Park por suas diversas influências acadêmicas talvez, menciona muitos aspectos de suma importância no jornalismo, muito bem descritos por Isabelle Anchieta de Melo. Vou citar aqui os que mais me chamaram atenção. Primeiramente, quando fala da relevância indiscutível em usar a teoria para observação prática. Nas ciências humanas, infelizmente ao meu ver, os teóricos abandonam muitas vezes a observação prática. Pesquisas de campo são poucos que desenvolvem, se esquecendo que como em outras ciências também temos um laboratório: o homem e a sociedade. Outro aspecto preponderante é a analise do público. É fundamental que o jornalista lembre-se sempre para quem escreve. O texto precisa estar sempre de acordo com seu público lembrando-se de uma das funções fundamentais dos jornalistas, serem formadores de opinião. Quando me refiro a ser formador de opinião não me estou falando em opinar e influenciar é claro, mas dar uma base ampla de conhecimentos para que seu leitor possa com seus juízos de valor julgar os fatos a sua maneira. Mais ao fim do artigo, a lógica que mais me chamou a atenção: emissor e receptor influenciando um ao outro a sua maneira. Emissor e receptor são interdependentes. Nessa passagem vejo fechar a lacuna que estudamos durante toda a faculdade. Existe uma massa alienada??? O receptor influencia a mídia como diria o agenda setting??? Robert Park diz tudo em poucas palavras...
ResponderExcluirO texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park” de Isabelle Anchieta de Melo desperta uma discussão a respeito da importância do jornalismo como fonte de informação ao público e do papel que terá o jornalismo na era digital.Históricamente o jornal diário sempre foi a primeira fonte de informação do público, mas os tempos mudaram.
ResponderExcluirQuando o autor menciona o fato de que o real se dá pela mediação da linguagem, nos incita a pensar de que forma os jornalistas transmitem um fato ao público e como esse fato é recepcionado pelo mesmo. Antigamente a busca era pelo jornalismo imparcial e factual, a informação quente da forma mais fiel possível. O que dava a notícia um caráter perecível. Com o avanço das infovias, evolução da tecnologia e nascimento de milhões de redes sociais,conectando as pessoas, o alcance da informação é muito fácil. Os leitores, principalmente de jornal impresso, buscam a opinião do jornalista, o que ele tem de diferente a dizer a respeito de determinado acontecimento que possa o fazer mudar de opinião ou esclarece-lo a respeito de um fato.
Na minha interpretação, Park acreditava que esse caminho do jornalismo perecível estava fadado ao fracasso quando o comparou com a História. A notícia narra e descreve enquanto a História contextualiza. Penso que a partir dessa idéia podemos fazer uma analogia: a da História com a reportagem, no que se refere à contextualização, localização do fato numa ordem cronológica, análise e interpretação do acontecimento. O espaço para a notícia factual que deseja apresentar e descrever está acabando. O caminho que o jornalismo, principalmente impresso, tem para se manter e se diferenciar é o do detalhamento da informação, aprofundamento das matérias e maior espaço de opinião. O jornalismo factual tem, para mim, seus dias contados. Acredito que o jornalismo impresso viverá em breve a “Era das Reportagens”.
Pedro Brasil Silva
Aluno do 6º período Diurno
No texto "A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park" a autora traz a busca de Park pela definição de notícia/conhecimento. Acredito que de todos os caminhos que Robert percorreu para encontrar a definição, o que merece receber uma atenção especial por nós é o que ele cita: o tratamento da linguagem ao tentar reproduzir o real. Esta questão levantada pelo autor é a que mais se aplica aos dias de hoje.
ResponderExcluirA linguagem é carregada de sensações e experiências que seguem o curso real dos acontecimentos,do tempo. A partir daí, o cuidado ao ser tomado na construção de uma notícia que ao ser mediada pela linguagem vem embutida do conhecimento e das percepções de quem a constrói. O real retratado não é comprometido, mas também não é absoluto.
A centralidade da linguagem é mais que uma limitação é uma forma de tornar inteligível o real, é o que diz Park. Mas ao integrar a realidade, ao tornar verbal o que é pensamento, a linguagem pode influenciar no curso dos acontecimentos.
Daí, cabe ao jornalista saber dosar o conhecimento inserido na linguagem na construção da notícia.
Considerando a notícia como jornalismo, já que para o autor Robert Park, no contexto determinado, não há distinção entre ambos, quero destacar dois pontos que me levaram a reflexão.
ResponderExcluirPrimeiramente, destaco, dentro da definição de “conhecimento acerca de”, a História, que se interessa por acontecimentos, e sua proximidade com o jornalismo (na ideia de Robert Park, a notícia); e a interessante comparação entre a notícia e a história, pontuando a capacidade de ambos de tornarem coisas reais mais inteligíveis aos olhos de leitores, através do uso da linguagem.
O segundo ponto é a comparação feita entre notícia e história. Mesmo a notícia não sendo considerada história e tendo uma intenção diferente no que diz respeito aos fatos, os dois estão inteiramente ligados. A notícia direciona-se àquilo que está acontecendo, mas não é necessariamente algo completamente inesperado, pode ser a repercussão de algum fato que já aconteceu. Mesmo ela tendo como alvo de seu interesse a pontualidade, ela também quer aquilo que busca a História: interpretar e localizar. Em muitos casos a notícia não informa, simplesmente, ela traz um desdobramento que só passou a existir devido a uma reflexão maior sobre o que foi noticiado.
O ponto positivo da notícia é que, na sociedade do “tempo presente” em que vivemos, caracterizada por Park como “presente especioso”, a notícia surge como uma forma de conhecimento imediato e facilmente adquirível.
Apesar de existir no presente, a notícia tem competência para influenciar fortemente o futuro, levando o leitor à reflexão através da denúncia de problemas que só vieram a tona porque algum fato ocorreu. Como o fato de um acidente na beira da estrada devido a pista escorregadia trazer à tona o problema da condição das estradas em Minas Gerais.
Acho importante dizer que, ao contrário do que a autora explica que Robert Park defende, a notícia não cumpre seu papel apenas na atualidade. Assim como a história, os jornais se tornam importantes para a posteridade, como arquivos históricos de acontecimentos importantes. A notícia não trata apenas de fatos banais e, no caso de serem, muitas vezes têm uma implicação maior do que aparenta. Nesse caso, a notícia complementa a história na maioria das vezes. Se amanhã a notícia de hoje não é mais notícia, então ela se transforma em história. Ela faz parte da sociedade, tanto como notícia, quanto como história, sendo capaz de manter ou de atrapalhar sua ordem. Sendo assim, seja como notícia mesma, ou como história, ela continua servindo de orientação para o homem e para a sociedade, e continua podendo ser utilizada para causar o desequilíbrio.
Anna Flávia Horta de Almeida
Não é difícil, ainda hoje, escutarmos a celebre frase: “a globalização aliada à tecnologia trouxe consigo uma forte integração de todas as regiões do planeta, reduzindo distâncias e consolidando o que se denomina aldeia ou rede global”. Essa mesma globalização teve como efeito colateral varias mudanças que nos causam uma impressão de aceleração do tempo. Mais do que isso, evidencia a necessidade de se encontrar formas capazes de produzir o conhecimento imediato.
ResponderExcluirNesse sentido, a notícia, como instrumento de informação que tem como centro de atenção o “presente especioso”, ganha destaque aos olhos do jornalista e sociólogo Robert Ezra Park. Em seu artigo ele analisa a notícia como forma de conhecimento que não se interessa pelo passado e nem pelo futuro, mas podendo a eles recorrer para tentar entender a atualidade.
Segundo Park a notícia se incumbe de apresentar e descrever o presente, mas só tem existência mediante o interesse de um público. Ou seja, a curiosidade humana aparece como combustível que alimenta a indústria da notícia. De outro modo tem-se a história a qual assume a responsabilidade de localizar acontecimentos dentro de uma ordem maior e interpretá-lo.
Se pararmos para analisar o que acaba de ser dito, compreenderemos que a notícia cumpre o seu papel na atualidade e a história, na posteridade. Enquanto o jornalismo executa sua função de anunciar o fato, a história o ordena dentro de uma cronologia e de outros critérios que lhe são próprios.
Em resumo, Park tenta nos mostrar a notícia como ferramenta que narra o presente que construir o real através da linguagem constitui algum tipo de conhecimento. Essa só tem validade no agora, pois findado o interesse que as pessoas têm na sua atualidade, elas passam a ser história e a ter uma localização no tempo.
Ora, o que pensar dos veículos de comunicação no mundo atual? Se analisarmos impressos como revistas e jornais, podemos concluir facilmente que eles não constituem a atualidade, pois através deles sabemos hoje o que aconteceu ontem, e que, portanto já é história, e saberemos amanhã o que aconteceu hoje, ou seja, o presente. A internet talvez seja o veículo que mais se aproxime das idéias de notícia. Isso porque os fatos são apresentados e atualizados a cada segundo. Sabemos o que esta acontecendo no presente hoje mesmo com um pequeno “delay”. O trabalho de Park acaba mostrando como é relativa a noção de presente e como essa relatividade pode afetar o a distinção entre notícia e história.
Cristiney Costa Campos
6° período diurno
A análise apresentada por Isabelle de Melo a respeito das ideias de Robert Park nos encaminha para discussões de bastante relevância para o jornalismo hoje. Através da exposição de temas trabalhados no artigo de Park - “A notícia como forma de conhecimento” -, nos deparamos com assuntos interessantes e, ao mesmo tempo, polêmicos no que se referem às notícias.
ResponderExcluirNo desenvolvimento de seu trabalho, a autora destaca o pensamento de Park de que, em relação aos conhecimentos, a notícia está próxima à História. Isso porque ambas estão ligadas aos acontecimentos, embora os tratem de formas diferentes. Enquanto a segunda coloca os eventos dentro de uma ordem maior, interpretando e situando os fatos, a outra está intimamente ligada ao presente e recorre ao passado ou ao futuro apenas quando servem de ferramentas para explicar melhor o que está ocorrendo no momento atual.
Esse tópico é bastante interessante, principalmente se analisarmos a condição dos jornais impressos hoje. Com os meios digitais dando os furos de notícias, cabe atualmente aos impressos trazer em suas páginas matérias mais profundas. Dentro dessa realidade, podemos ver a presença do passado e do futuro como suporte para a notícia. Os fatos narrados apresentados na internet também utilizam essa artimanha, mas não de forma tão característica como vemos nos jornais.
Melo afirma ainda que “não há na notícia uma preocupação, como na história de situar o acontecimento dentro de uma ordem cronológica maior, mas apenas de relatar o fato em sua atualidade e efemeridade”. Realmente a notícia não está focada para esse fim. No entanto, não podemos deixar de observar que os jornais trazem notícias com várias retrancas explicativas que, muitas vezes, situam os eventos cronologicamente e dentro de determinados contextos.
As notícias com esse caráter efêmero e atual ou a necessidade de se produzir o “conhecimento imediato” são mais característicos e sentidos nos jornalismo digital. Nele, percebemos essa busca voraz pela novidade, pelo que pertence ao presente.
Dentro desse panorama, que engloba a corrida pelo novo e a consequente produção de uma grande quantidade de informações, encontramos mais um ponto que merece destaque no texto. A constante divulgação de notícias novas, que substituam as “velhas” lança tantos fatos para os receptores que esses perdem sua capacidade de assimilação. A disfunção narcotizante é, então, a resposta para a “tensão” que motivou a produção de tanto material. Assim, não só a notícia, como o conhecimento do que ela apresenta ou a lembrança dela são aspectos efêmeros para quem a recebe.
Esse ponto deve ser aprofundado juntamente com algumas informações que nos são apresentadas no artigo. Melo fala em seu trabalho da função da notícia como contribuinte para a ordenação e funcionamento da sociedade. Além disso, a autora afirma que Park acredita que o papel da notícia é o “processo de mediatização do real”. Sendo assim, é possível concluir que o comportamento da sociedade é bastante influenciado pelo o que é veiculado e que as posições políticas e sociais da população podem, de fato, ser o resultado das informações que as notícias trazem em seu conteúdo. Vale lembrar ainda que, se pensarmos na dificuldade de assimilarmos tudo o que nos é apresentado, muitas pessoas estão sujeitas a ter o padrão social traçado pelas notícias.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAnelise Polastri Ribeiro
ResponderExcluirO texto “A notícia como forma de conhecimento segundo Robert Park”, de Isabelle Anchieta de Melo, apresenta-nos, brevemente, a perspectiva do jornalista e sociólogo Robert Ezra Park sobre a notícia como forma de conhecimento. Vale notar que “ A notícia como forma de conhecimento”, apesar de escrito em 1940, apresenta algumas reflexões sobre o papel do jornalismo na sociedade ainda prevalecentes.
Na atual Sociedade de Informação, caracterizada pelo acelerado desenvolvimento tecnológico, os acontecimentos, muitas vezes, parecem pular à nossa frente, clamando por serem vistos. O único problema é: o que fazer com eles, ou melhor, o que fazer com o conhecimento deles?
A facilidade do acesso à informação peca pelo excesso de meios e pela carência de fins. Na sociedade industrializada, as pessoas se deparam com notícias de todo o mundo, sem saber, no entanto, como fazer delas algo produtivo para o âmbito social que frequentam. Sem saber ordená-las a formas que permitam conhecimento mais apurado sobre um assunto, as notícias acabam por se dissipar em curto período de tempo. Deixam como efeito apenas um choque momentâneo que se esvai, substituído por outro de conteúdo mais recente.
A notícia é importante porque satisfaz o instinto humano de se manter informado, porque sacia a curiosidade de saber quando os olhos não estão presentes para ver. Mas é um conhecimento primário. Pode ajudar a construir a História, servindo como gancho para posteriores análises ou simplesmente ser considerada banal, ficando esquecida para sempre.
jornalismo pode aproximar-se do “conhecimento de”, quando permite ao ser humano uma breve experiência com o desconhecido ou do “conhecimento acerca de”, quando requer uma apuração mais metódica e contextualizada (como algumas reportagens). Em geral, o que percebemos na grande mídia é uma forte tendência ao “conhecimento de”, pois, visando atender a interesses hegemônicos, exibe com superficialidade fatos relevantes para a maioria da população.
Em busca de uma globalização mais justa, menos ideológica e menos excludente, o jornalismo como instituição de conhecimento deveria zelar para que as pessoas conhecessem sua própria comunidade antes de se inteirarem com fatos de pouca relevância para seu desenvolvimento. Além disso, deveria concedê-las um espaço maior na grande mídia, para que o público tivesse a oportunidade de conhecer o que a parcela não hegemônica da sociedade tem a oferecer. Só assim seria possível tratar o jornalismo como possibilidade de orientação crítica da opinião pública.
O autor Robert Park propõe em seu artigo uma discussão a respeito da notícia como forma de conhecimento. Para iniciar esse debate, Park expõe no texto dois conceitos, o “conhecimento de” e o “conhecimento acerca de”. O “conhecimento acerca de” é baseado na observação dos fatos, a fim de interpretar o real. A notícia aparece como uma forma de relatar esses fatos, tornando a realidade mais inteligível.
ResponderExcluirVivemos em uma época em que as mudanças se dão de forma rápida e constante. Novos acontecimentos acontecem a todo o momento e a busca por novas informações é incessante. É nesse contexto que a notícia ganha destaque. Ela aparece como uma forma de suprir a necessidade que o homem tem de se informar, de satisfazer sua curiosidade imediata.
O surgimento de novos veículos de comunicação, como a Internet, permitiu a produção acelerada de notícias. Estas têm o foco no presente, baseando-se no novo, naquilo que desperta o interesse do público. Mas como o novo em pouco tempo se torna algo velho, o desgaste da notícia se dá rapidamente e a atenção que ela despertava nas pessoas passa a não mais existir. Daí a importância do jornalismo interpretativo e opinativo como forma de manter o foco de interesse do público que se atenta agora não no relato, mas na interpretação e no aprofundamento da notícia.
Luana lazarini
Ponto de partida essencial para compreendermos a importância de Robert Park para a história do jornalismo é a concepção de que a "a realidade é percebida como uma forma de construção que se dá no movimento de interação e troca entre os sujeitos em um contexto social" como ressalta a autora do texto. O chamado Interacionismo Simbólico, fomentado por Park e outros jornalistas e pesquisadores da tradicional Escola de Sociologia de Chicago, sem dúvida contribui para reflexões contemporâneas acerca da nossa profissão, especialmente no que diz respeito a cada vez maior ausência de práticas interacionistas e maiores compreensões do cotidiano no jornalismo.
ResponderExcluirO ponto destacado pela Thamara, sobre a credibilidade ligada à veracidade das informações, é essencial. No entanto, precisamos compreender que tal credibilidade se constitui por um processo de seleção, produção e disseminação das informações de maneira responsável, ética e, principalmente, com foco no interesse público. Muito mais que anunciar um fato, o jornalismo precisa oferecer ao seu público a oportunidade de interpretação desse fato, com contextualização social. É a partir desse ponto que as práticas históricas despertadas por Park e seguidores podem e devem ganhar importância no cenário atual. O aprofundamento da pauta e o seu contexto público ajudam a torná-la importante elemento de registro histórico e de preservação da memória, como enfatiza a Sarah. Você está correta sim, Sarah, quando diz que a notícia tem caráter histórico, mas para ganhar esta identidade, ela precisa ter força social.
A notícia como forma de conhecimento, como ressalta o Felipe Muniz, está cada vez mais inserida também em questões político-econômicas, classificadas também por convenções empresariais, e por uma intensa relação, muitas vezes conflituosa entre o global e o local. Bem lembrado Muniz! O pensamento do Leonardo vem de encontro à ideia de que tecnologia e jornalismo podem e devem coexistir, no entanto, sempre com a perspectiva de que "o jornalismo interpretativo é o único caminho possível para a nossa atividade". Muito bom Léo. Afinal, como reforça a Laura, o jornalismo é construtor e ordena a sociedade, "à medida em que é ele o responsável por armazenar informações sobre os acontecimentos". Só vamos conseguir compreender melhor esses processos a partir do momento em que tivermos a real consciência do quanto a teoria pode contribuir para a prática, como destaca a Flávia em suas observações. É fato que emissor e receptor estão em permanente interação, ainda mais diante dos avanços tecnológicos e dos meios de comunicação. Nesse sentido, nossas responsabilidades nas produções de discursos só aumentam.
abraços a todos! Bedendo
Mais do que satisfazer nossa curiosidade natural enquanto seres humanos, a notícia tem a função de nos situar no mundo em que vivemos. Ela faz com que nos sintamos parte integrante da sociedade - e não meros seres alienados e isolados dos acontecimentos.
ResponderExcluirO autor apresenta uma diferença de perspectiva entre notícia e História: enquanto a notícia trabalha com os fatos de maneira pontual, a narrativa histórica propõe o estudo da inter-relação entre os acontecimentos. Além disso, outro ponto fundamental é que, enquanto a História se alimenta do passado, para o jornalismo o que interessa é o presente. Dessa forma, a notícia nos propicia a experiência de nos sentirmos atores dos acontecimentos, em vez de estudarmos, de maneira distanciada, sobre eles.
Gabriella Praça
Flaviane Soares
ResponderExcluirO que afinal podemos chamar de feedback quando avaliamos a interação do receptor com o emissor nos meios de comunicação? Um formato “Você decide” ou “Big Brother”, mostra um retorno fiel da opinião do espectador?
Quando penso que algumas instituições buscam apenas bons operadores de câmera ou rostinhos bonitos, quase chego a apoiar a queda do diploma, entretanto, se penso que muitos profissionais deram sua vida por uma matéria (Tim Lopes), ou até mesmo em como muitos acadêmicos apropriaram-se da teoria e da ética jornalística como pilares de um bom trabalho, desanimo por ver mais uma vez, o Brasil deslegitimando a excelência da educação.
A queda do diploma deixa a disputa no mercado mais acirrada, mas quem é bom sempre terá espaço, penso que o “segredo” está exatamente em conduzir a notícia como "conhecimento de", somado à bagagem cultural do profissional e à sua capacidade crítica e lógica de análisar o fato em questão.
Políticas editoriais à parte, seja no Twitter, na TV ou no Jornal Impresso, há informações para todos os públicos, cabe aos sensatos, destinguir qual mídia pressupõe um espaço mais adequado para reportar fatos relevantes à sociedade como um todo ou à uma faixa dela.