Bem vindo ao espaço digital utilizado pelos alunos e professores da disciplina Técnica de produção em Jornalismo Impresso para debates sobre questões pertinentes à formação jornalística e à prática do dia-a-dia da profissão no meio impresso.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Impresso em Debate: Semana I

Textos para leitura entre os dias 19 e 28 de agosto de 2009: “Do Jornal Impresso ao Digital: novas funções comunicacionais”, da professora Héris Arnt (UERJ), e “Leitura de Títulos”, de
Eliana Scotti Muzzi.

Atenção turma: comentários até a meia noite de sexta-feira, dia 28/08. Boa leitura!

Façam o Download dos textos: Leitura de Títulos e Do Jornal Impresso ao Digital

30 comentários:

  1. O artigo mostra com clareza a importância do título para a compreensão do texto. Na correria em que o mundo se encontra hoje, muitas vezes o título se torna a única informação sobra determinado assunto.
    Outra coisa interessante é ver como foi a evolução do título, e reparar como hoje é fácil encontrar títulos mais longos. Me lembrei de alguns filmes mais recentes como: ‘O brilho eterno de uma mente sem lembranças e ‘O curioso caso de Benjamin Button’, onde também é possível notar o título de forma nominal.

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  2. Relativo ao texto “Leitura de Títulos”.

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  3. Em relação ao artigo "Do Jornal Impresso ao Digital: novas funções comunicacionais" acredito que o tema desenvolvido é bem discutido dentro da faculdade. O autor apresenta o papel, pricipalmente do jornal impresso depois da chegada da mídia digital. Acredito que o caminho apresentado no texto é o correto mesmo, que é do jornal impresso ser um local para uma análise mais aprofundada do tema em discussão. Dentro das mídias digitais, um tema que acredito que no artigo foi pouco abordado, é a questão da credibilidade das fontes, o que leva ainda hoje muitas pessoas olharem com ar de desconfiado ao que é noticiado nesse meio.

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  4. Que o título é um componente importante de qualquer obra, a maioria das pessoas cultas, com certeza sabe. Até então, nenhuma informação nova.

    A princípio, o texto de Eliana Scott Muzzi parece ser mais um dos clichês que não cansam de se repetir a respeito da relevância de um título e da maneira como devemos analisá-lo. Porém no decorrer da leitura, o enfoque sobre viezes distintos e a riqueza argumentativa para cada um dos ângulos, faz a idéia inicial cair por terra. Então, aos poucos, na medida em que o tema vai-se desdobrando com base em renomados autores, o interesse pelo texto se faz inevitável.

    Primeiro uma perspectiva histórica, mostrando desde a função mais primária do título (a simples designação da obra) até o momento em que ele se reveste de maior significação, como quando começa a se opacificar e demonstrar pontos de vista ou conteúdos implícitos; quando situa a obra no espaço social ou quando passa a titular também o autor e se tornar característica dele (como uma assinatura).

    Depois as análises sobre diferentes aspectos. A autora lança mão da pedagogia, da semiótica, da lingüística, e discute também o caráter espacial, visual e plástico que o título assume na obra. Compara ainda títulos de livros e jornais.

    Amparada nessa comparação, questiono alguns títulos de matérias jornalísticas. Em nome da informação e da imparcialidade (pelo menos teoricamente), os títulos dos jornais tendem a ser simplistas. Por um lado, isso atende ao apelo do consumidor em saber, de imediato, do que se trata uma ou outra matéria. Concordo, mas depende da matéria, do assunto de que trata, da editoria em que está incluída. Em algumas matérias é realmente impossível sair do modelo básico de titulo. É evidente, porém, que os jornais possuem linhas editoriais e manuais de redação distintos, o que faz com que alguns deles tenham títulos mais interessantes.

    Há algum tempo atrás, fiz a experiência de analisar por uma semana dois jornais diretamente concorrentes (mesmo público alvo, preços compatíveis, divisão de editorias parecida e nível de qualidade equivalentes). Em um deles a tendência eram títulos diretos e com a intenção única de informar (sem, portanto, deixarem de apontar os pontos de vista do jornal, mesmo que de maneira sutil). O outro jornal, de mesma credibilidade, já produzia títulos mais interessantes, às vezes irônicos e às vezes divertidos.

    Se o título é tão rico em funções e pode acrescentar tanto ao texto, porque não explora-lo. Porque reduzir todo o potencial que ele guarda em frases montadas tão racionalmente como verdadeiros quebra-cabeças. Para Eliana Muzzi, o título “constitui uma articulação fundamental do texto, que se revela como lugar de polissemia e “receptáculo” da ideologia, tornando-se um operador de leitura extremamente eficaz”. Mas muitas vezes, as regras jornalísticas acabam por atropelar as possibilidades que podem ser exploradas.

    Algumas pessoas podem questionar o fato de que um jornal deveria ser imparcial e isso deveria estar explícito em suas manchetes e títulos. Mas no estágio em que me encontro do curso de comunicação, não me resta nenhuma ilusão de que qualquer veículo possa ser inteiramente neutro. Então eu me pergunto, o que seria melhor: apontar um ponto de vista e mostra-lo de forma clara ao leitor ou embutir o viés informativo em títulos aparentemente inocentes?

    Questões polêmicas à parte, títulos mais criativos seriam imensamente mais interessantes. Reportagens de revistas e de outros veículos de comunicação não me deixam mentir!

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  5. O artigo "Leitura de títulos" discorre sobre um assunto, como comentado pela própria autora, que pouco é discutido no meio acadêmico: a importância que o título exerce sobre uma produção textual.
    Para nós jornalistas, o título é parte fundamental do texto publicado, uma vez que exerce atração determinante sobre o receptor da mensagem. Sendo o título a "porta de entrada" para o texto, durante a sua escolha devemos, como propõe a autora, pensar em algo que atraia o público, que o instigue a ler aquilo que está diante dele.
    O título, que muitas vezes convoca o leitor à imersão no conteúdo textual, pode ser definitivo na compreensão textual. Pode inclusive ser uma dica, uma chave para o seu entendimento.
    Assim como a Thamara havia citado anteriormente, me vem à mente alguns títulos utilizados em filmes, principalmente a versão que ganham ao serem traduzidos. É o caso do filme "Foi apenas um sonho" (Revolutionary Road). Na tradução ele revela uma parte essencial do filme, o que não acontece no título original, a intenção que não deixa de ser apenas um desejo.
    É relevante notar que cada gênero textual conta com uma sintaxe, que varia de acordo com o sentido que o autor do texto quer provocar em seu leitor. As técnicas variam de um romance para um produto jornalístico, por exemplo.
    Cabe a nós, cujo trabalho se baseia em palavras, adequar o título ao conteúdo daquilo que produzimos e nos valermos deste elemento para o enriquecimento de nosso trabalho.

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  6. Alice Magalhães Linhares
    facom- 6º período diurno

    O texto “Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais”, de Héris Arnt aborda sob vários enfoques a questão do desenvolvimento do jornalismo digital. Sempre que uma nova mídia surge, toda a esfera da comunicação passa por transformações e sob essa premissa o autor analisa o processo de acomodação do jornalismo digital e as mudanças no panorama do jornalismo impresso.

    Já se sabe que as novas tecnologias modernizaram o processo industrial e dinamizaram as redações, além de facilitar a comunicação entre os setores do jornal. Mas as mudanças vão além. Com o processo de aprimoramento dos computadores, foi possível que o jornalismo online se consolidasse como um instrumento capaz de oferecer informações, diversão e educação. Sendo assim, é possível dizer que o digital amplia o potencial do jornalismo impresso, se utilizando das vantagens de seu suporte: a atualização ágil e os recursos multimídia que facilitam o entendimento e despertam interesse.

    O computador pode ser para o jornalista a fonte primária de informação, através do qual ocorre a apuração das matérias. Além disso, é um importante facilitador no processo de editoração das notícias e também no processo de divulgação. Uma matéria publicada na internet chega a qualquer lugar do mundo e pode ser arquivada. Assim, surge um novo dado a ser levado em conta: a responsabilidade do jornalista aumenta consideravelmente, considerando a perenidade daquilo que é divulgado na internet. Assim, em tese, o compromisso do jornalista com a ética deve se fortalecer, já que o que é escrito fica acessível para muito mais gente.

    A internet facilitou o acesso às informações, mas o contato com as fontes ainda é essencial. Fazer entrevistas, conversar com as pessoas. Neste contexto, o jornal impresso reafirma sua função de informar, validar e fazer uma reflexão críticas dos acontecimentos.

    Além disso, no jornalismo digital há um excesso de informações que leva à fragmentação dos dados. A leitura fica muitas vezes comprometida, colocando em dúvida a veracidade do que é encontrado na internet. Mais uma vez o impresso é a alternativa que proporciona o aprofundamento e a reflexão, que despertam maior credibilidade. O autor demonstra que, na forma de “mosaico”, o impresso abriga a pluralidade de assuntos. Assim, o leitor tem a sensação de alcançar as várias esferas da realidade. No entanto, este processo de seleção implica em muitas divergências: não devemos ser ingênuos de acreditar que a pluralidade existe plenamente. Na maioria dos casos, há um interesse tácito de divulgar mensagens que corroborem com os interesses daqueles que detêm as grandes mídias.

    A tecnologia traz sempre inovações, criando novos parâmetros e discussões. O jornalismo digital vem conquistando seu espaço e é importante refletir sobre as implicações deste processo. Um novo panorama está se desenhando: o impresso e o digital elaboram uma relação de complementaridade e as fronteiras entre estas duas esferas estão se tornando mais fluidas e maleáveis.

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  7. Bárbara Garrido de Paiva Schlaucher
    6º período - diurno


    O texto “Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais”, de Héris Arnt, destaca o papel assumido pelos jornais impressos desde a chegada da mídia digital. De acordo com o texto, o sistema digital de informação, colocado em funcionamento através da Internet, atua como fonte primária de informação e como sistema de ordenação e transmissão de notícias. Neste cenário, surge o jornalismo online, que abrange desde jornais independentes até versões online de grandes jornais impressos.

    Apesar de possuir semelhanças com o formato impresso, o jornalismo online tem características próprias, como instantaneidade, recursos multimídia e caráter não perecível dos produtos da informação. Tudo isso influencia e reformula o papel dos jornais impressos.

    O excesso de conteúdo disponível na rede, juntamente com aquele produzido pelos meios de comunicação de massa, causam um “efeito narcotizante” nos receptores dessas inúmeras mensagens. O homem é bombardeado de informações a todo o momento. A quantidade surge em detrimento do sentido: não há tempo para a reflexão, sendo assim, muito pouco daquilo que foi lido, visto ou ouvido é apreendido e incorporado pelo receptor.

    Embora exista uma maior quantidade de informação disponível na mídia digital, as dúvidas quanto à sua credibilidade acabam invalidando parte de seu conteúdo, já que não se sabe, ao certo, sua procedência. De acordo com o texto de Héris Arnt, o jornal impresso se estabelece, então, como um guia, que direciona o leitor em meio “a esta saturação semiótica em que submerge cotidianamente o habitante da cidade.” O jornal seleciona a informação, oferece várias versões, analisa os principais acontecimentos e representa, na medida do possível, os vários fragmentos da sociedade.

    Desta forma, a responsabilidade social do jornal impresso se torna ainda mais evidente. O compromisso com a ética e com a verdade é fundamental para sua sobrevivência, pois é ele o responsável pelo recorte da realidade, pela organização do caos provocado pelo excesso de informação.

    Entretanto, é importante ressaltar que o leitor não deve se acomodar. As escolhas editoriais, os critérios de noticiabilidade e outras práticas da cultura jornalística interferem na produção de sentido das notícias. Sendo assim, a leitura crítica dos meios se torna essencial para que o próprio leitor questione as informações disponíveis na mídia digital e em todas as outras. O jornal impresso deve ser um meio que leva à reflexão e contribui para a formação de uma opinião própria do receptor e não um fim em si.

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  8. O texto “Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais”, de Héris Arnt trata do desenvolvimento do jornalismo digital. A importância da discussão do jornalismo nas novas mídias torna-se relevante na medida em que as pessoas passam a se interessar cada dia mais por informações que vem dessas fontes.
    No mento em que surge uma nova mídia ela acaba se tornando a febre do momento ( o exemplo mais próxima de nós hoje é o Twitter). A consequência é que os meios de comunicação são influenciados e acabam passando por transformações para se adequar e manter seu público interessado.
    O que mais se destaca no texto é a visão do autor do jornalismo digital como facilitador e até mesmo catalisador do jornal impresso. A agilidade do meio virtual faz com que ele não seja capaz de aprofundar e explicar os assuntos aos seus leitores. Desse modo abre-se espaço para os meios tradicionais façam uma cobertura dos acontecimentos de maior credibilidade e com alguma reflexão.
    Desse o modo o texto consegue nos mostrar um bom parâmetro do que pode ser o espaço de sobrevivência para o jornalismo impresso.

    Dafne Nascimento

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. O Grande Gatsby

    "Leitura de títulos" é um artigo que discorre sobre a importância do título na relação com o texto que ele denomina. Eliana Scott Muzzi traz uma análise que percorre desde Barthes até Woody Allen sobre as relações de significância entre texto e título.

    Existem títulos despretensiosos que apenas denominam o texto, que são como os títulos originais. Agora, o que fascina mesmo são aqueles deliberadamente irônicos e criativos, que dizem muito mais sobre a essência da obra.
    Por exemplo, o best seller "Apanhador no campo de centeio" a princípio não diz nada sobre o que seria o livro, sobre toda a história da personagem principal e como ela se relaciona com o íntimo do leitor. Mas quem lê a obra de J.D. Salinger percebe que o título dizia muito sobre o momento de transição da vida da protagonista, um adolescente, e ao mesmo tempo na transição da literatura americana, que não escrevia sobre a adolescência.

    Os títulos emblemáticos trazem muito maior curiosidade ao leitor, são muito mais atraentes. Mas devem ser acompanhados por um breve prefácio ou um subtítulo que transmita o que o autor pretende com o livro. Trazendo para o Cinema, O título são as letras estampadas no poster; o autor é o plano principal da foto; a ilustração da capa é a imagem do poster; o subtítulo é o slogan do filme; o prefácio é o trailer.

    Por isto, quando a rapidez do fluxo de informações nos permite apenas reparar nos pôsteres e trailers, a capa é o que torna o título um best seller. A primeira impressão é aquela que leva o consumidor a observar o produto. O autor não deve apenas escrever um bom texto, mas também criar uma boa embalagem, pois a quantidade de dados disponíveis nos torna naturalmente mais seletivos e impacientes. Ser escritor é hoje também fazer do seu livro um produto.

    Como fazer tudo isto sem perder conteúdo? O bom leitor não se engana. O título pode ser uma ótima sacada, a capa inteligente, o prefácio interativo. Se o texto for ruim, não há fã que aguente! Para não se queimar por uma obra, deve-se construir uma imagem, vide Paulo Coelho e Dan Brown, os "mestres" da atualidade.

    Você chegou até aqui a leitura do meu comentário e ainda não percebeu a relação do título com o texto. Por que "O Grande Gatsby"? Na verdade, este é meu título pretensioso favorito, de uma obra brilhante, que explicita a sinergia entre título e obra da forma ideal. E que poderia ter resumido este comentário a uma frase.

    Leonardo Civinelli Tornel da Silveira - 200712014

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  11. Ambos os textos são importantes no sentido de pontuarem questões extremamente pertinentes ao cotidiano dos jornalistas e que, no entanto, muitas vezes são pouco discutidas devido à correria do dia-a-dia nas redações e da profissão, em geral. Digo isto inspirada no texto "Leitura de Títulos", visto que a instantaneidade exigida pelo jornalismo deve fazer com que pouquíssimas pessoas tenham tempo para analisar a real intenção ou impacto de seus títulos nos leitores ao redigirem suas matérias.

    Apesar do título funcionar como uma espécie de convite, o olhar do leitor sobre este item parece muito mais sígnico, deixando-o um pouco de lado como item que, sem dúvida, mereça uma interpretação textual mais profunda. Por ser uma parte tão sucinta do todo textual, de caráter aparentemente muito mais identificatório do que informativo, o título talvez ainda não tenha encontrado um lugar preponderante dentre as reflexões que podemos fazer acerca do texto.

    Por exemplo: apesar das mídias impressas geralmente surpreenderem seus leitores com títulos dos mais bem-humorados, muitos paródicos, os mesmos se perdem em importância em meio ao restante do texto, já que sua carga informativa diante disso é pouca. No entanto, um fenômeno inverso, penso eu, pode ser encontrado em publicações que fogem ao esquema "título-texto" canônico. À exemplo da titulação de obras de arte, as revistas femininas, especialmente as de moda, utilizam o título - que pode figurar sozinho ou na companhia de um bigode - para contextualizar e explicar a imagem de uma roupa, jóia ou produto de beleza que traduza uma tendência do meio. O título funciona, então, como uma legenda que se sobressai, complementar à carga de informação da imagem que, apesar de um elemento visual, não deixa de transmitir uma mensagem e ativar a mesma capacidade de interpretação que destinamos ao código linguístico.


    Sarah Duarte Machado - 9º período - Noturno

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. O artigo aborda todas as questões relevantes em relação ao título em seus diferentes contextos, porém, de forma superficial. As relações de poder, hierarquização, valor de compra, assim como, aspectos semânticos e visuais são um desses aspectos que não poderiam deixar de ser mencionados.
    Em relação aos títulos de jornais, pouca coisa é mencionada, no entanto, se analisarmos podemos contextualizar a menção do título como conotativo ou denotativo, nominal ou verbal. Um jornal pode apresentar todas essas formas. As notícias possuem títulos mais verbais e denotativos que resumem o que será falado no texto. Os artigos de opinião e as crônicas muitas vezes são nominais e conotativos por terem a possibilidade de apresentar o título como um signo mais simbólico do que indicial. Assim, o título nos permite um preconceito, mas nesse caso bem fundado, do que será lido.

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  14. Não gostei do Texto "Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais". O artigo é raso e muito descritivo, procupando-se mais em exemplificar situações que ilustrem o papel do jornalismo on line e suas diferenças em relação ao impresso, do que de fato analisá-las.

    Além disso, o autor pareceu "menosprezar" a nova mídia, em muitos parágrafos afirmando que, em vez de uma linguagem própria, ela se utilizaria daquela já consagrada pelos jornais impressos. Muitos aspectos relevantes da Internet não foram sequer citados, talvez pelo ano em que o texto tenha sido escrito: 2002. No mundo em constante e intensa transformação em que vivemos, certamente um texto sobre a rede produzido hoje será bem diferente de um escrito 7 anos atrás.

    O jornalismo on line tem, sim, sua própria linguagem. Aliás, não apenas uma. Não sei o que o autor considerou como "jornalismo" ao fazer sua análise mas, hoje, não se pode excluir dessa categoria, por exemplo, os milhares de blogs de notícias que pululam na rede. Ou será que o trabalho que Lúcio Ribeiro e sua equipe fazem no Popload não é jornalismo? É, sim, e da melhor qualidade. E, sobretudo, com uma forma muito própria de linguagem, impensável em termos de mídia impressa e direcionada a um público específico - aliás, a especialização da mídia apontada no texto parece ter ganhado proporções bem maiores na Internet.

    Mas não tenho só críticas a fazer. O autor levanta uma questão pretinente ao colocar em xeque a credibilidade das notícias veiculadas na rede. Embora tenha trazido inúmeras vantagens e facilidades, o advento da Internet provocou uma certa "acomodação" nas pessoas. Isso vale para os estudantes que precisam pesquisar um trabalho, para os fãs que querem ouvir os CDs de seu artista favorito e, também, para os repórteres. Está tudo ali, há um click: dissertações, notícias, discografias inteiras...

    A facilidade de acesso e divulgação de informações talvez tenha, sim, provocado um retrocesso no que diz respeito à credibilidade. No entanto, isso não é necessariamente ruim. É, talvez, a consequência natural do surgimento de um meio de comunicação altamente democrático e essencialmente horizontalizado. Se todos podem mexer, opinar, modificar o conteúdo, não dá mesmo para acreditar em tudo que se lê.

    Gabriella Praça

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  15. Para fazer esse comentário, preferi trazer o tema debatido para nossa realidade, para o jornalismo e não me prendi muito à discussão da autora.
    O texto Leitura de títulos aborda uma série de análises sobre o papel do título visto isoladamente, relacionado ao texto a que se refere, ligado a um contexto mais amplo, além de observações gramaticais ligadas a sintaxe e morfologia.
    Mas não são apenas essas as possibilidades de relação existentes entre os títulos e o universo lingüístico, literário, filosófico e o que mais quisermos pensar. No jornalismo, por exemplo, os títulos exprimem muito mais do que podemos pensar à primeira vista. Para fazer essa análise, vamos pensar no título como manchete, chamada de capa, sem nos fixarmos na classificação jornalística. Pensemos apenas nessa ideia de maneira mais abrangente.
    O título assume o papel de protagonista quando faz o leitor parar à frente do jornal e se interessar pelo assunto abordado. Para reter um leitor diante da banca é preciso que o título seja, no mínimo, intrigante, perspicaz, que tenha valor e relevância.
    O título pode, ainda, revelar traços sutis ou explícitos sobre a linha editorial do veículo de comunicação e de seu público-alvo. Mas nem sempre as características reveladas pelo título são marcas de qualidade do jornal. O título, muitas vezes pode revelar a crise de valores que, infelizmente, vivemos atualmente.
    Quantos jornais diferentes somos capazes de encontrar com títulos grotescos e bizarros? Aqueles populares, que encontramos em qualquer esquina e que custam menos de R$0,50 são um ótimo exemplo do jornalismo chulo, sem qualidade, sem compromisso.
    O que, geralmente, passa despercebido, principalmente pelo grande público, a essência do título, o que ele revela nas entrelinhas, as informações implícitas, podem nos dizer ainda mais do que o amontoado de letras que formas suas frases. Sendo assim, da próxima vez que abrir o jornal leia, interprete, questione e decifre o título. Cada letra, cada palavra, cada expressão tem um motivo especial para estar ali, colocado daquela maneira.


    Naila Portela

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  16. Quanto à "digitalização do mundo", tenho a impressão que ela tornará o conhcecimento mais democrático. Talvez esse processo já esteja acontecendo. Nenhum ser humano deveria ser impedido de ler Sartre ou contemplar Picasso, se tivesse vontade. E a internet, hoje ainda atrelada ao computador, vem dando esse direito a um número cada vez maior de pessoas.

    Quanto à digitalização e a imprensa, esse temor que o jornalismo impresso tem da internet é mais que compreensível. Na velocidade, ele já perdeu pro rádio no século passado, rádio esse que perdeu da TV...

    Nesse estado de natureza onde convivem os meios de comunicação, quem não se adapta, some. O rádio se adaptou bem à televisão e se aliando à internet, talvez encontre um outro meio para se perpetuar ainda mais.

    Não vejo outro caminho ao jornal impresso senão as grandes reportagens e o jornalismo interpretativo e opinativo. Como disse o texto, cabe ao jornal o papel de selecionar o que é notícia, ser quem diz às pessoas o que interessa ou não, o que só aumenta a responsabilidade e talvez até o poder. Os jornais devem ser fonte de credibilidade e assim talvez se garantam contra a enxurrada de notícias mentirosas e/ou mentirosas da internet. Em meio à disfunção narcotizante, os jornalões, como diz Alberto Dines, talvez possam ser o porto seguro.


    José Roberto Castro e Silva

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  17. Para fazer esse comentário, preferi trazer o tema debatido para nossa realidade, para o jornalismo e não me prendi muito à discussão da autora.
    O texto Leitura de títulos aborda uma série de análises sobre o papel do título visto isoladamente, relacionado ao texto a que se refere, ligado a um contexto mais amplo, além de observações gramaticais ligadas a sintaxe e morfologia.
    Mas não são apenas essas as possibilidades de relação existentes entre os títulos e o universo lingüístico, literário, filosófico e o que mais quisermos pensar. No jornalismo, por exemplo, os títulos exprimem muito mais do que podemos enxergar à primeira vista. Para fazer essa análise, vamos analisar o título como manchete, chamada de capa, sem nos fixarmos na classificação jornalística. Pensemos apenas nessa ideia de maneira mais abrangente.
    O título assume o papel de protagonista quando faz o leitor parar à frente do jornal e se interessar pelo assunto abordado. Para reter um leitor diante da banca é preciso que o título seja, no mínimo, intrigante, perspicaz, que tenha valor e relevância.
    O título pode, ainda, revelar traços sutis ou explícitos sobre a linha editorial do veículo de comunicação e de seu público-alvo. Mas nem sempre as características reveladas pelo título são marcas da qualidade de um jornal. O título, muitas vezes pode revelar a crise de valores que, infelizmente, vivemos nos dias de hoje.
    Quantos jornais diferentes somos capazes de encontrar com títulos grotescos e bizarros? Aqueles populares, que se espalham pelas esquinas e que custam menos de R$0,50 são um ótimo exemplo do jornalismo chulo, sem qualidade, sem compromisso.
    O que, geralmente, pode passar despercebido, principalmente pelo grande público, a essência do título, o que ele revela nas entrelinhas, as informações implícitas, podem nos dizer ainda mais do que o amontoado de letras que formas suas frases. Sendo assim, da próxima vez que abrir o jornal, leia, interprete, questione e decifre o título. Cada letra, cada palavra, cada expressão tem um motivo especial para estar ali, colocado daquela maneira.


    Naila Portela

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  18. Em “Leitura de Títulos”, Eliana Scotti Muzzi questiona o “desconhecimento generalizado” da força e eficácia textual que o título possui. Para discutir a questão, apresenta ao leitor um breve histórico a respeito da trajetória do título, indispensável para que se perceba a essência de que o título se reveste hoje. Ele vai além de nomear um texto, ele “identifica, designa, antecipa, situa e comenta”, nas palavras da autora. É a “porta de entrada” para um universo textual.

    Ao longo de uma leve e agradável leitura, Muzzi mostra que o título acumulou papéis de suma importância. Essas funções conferem a ele tal força que não é possível desconsiderar sua eficácia, sua profunda interligação com o texto. Com uma posição de destaque, o título se configura como um instrumento de recepção, que media a relação entre o leitor, convidado a participar, e a leitura.

    Todas essas funções são muito úteis no jornalismo e na publicidade. Saber explorá-las, com criatividade e bom senso, significa conseguir fortalecer o teor “aperitivo” do título e incitar o leitor à leitura ou à compra de determinado produto. Muzzi propõe uma reflexão: como seriam textos sem títulos? Sem dúvida, criariam um estranhamento. Seriam menosprezados, considerados ilegíveis, pois é exatamente o título que atrai a atenção, que antecipa e condensa o conteúdo.

    O título jornalístico deve ser trabalhado com criatividade e bom senso, de acordo com determinada linha editorial, a fim de atingir seus propósitos. Há diferentes maneiras de informar, por meio do título, sem perder o foco de atrair a atenção do leitor. Mas, acima de tudo, deve condizer com o que é dito no texto, no sentido de manter sua eficácia textual. Se antes a palavra “titulus” designava apenas a etiqueta de um pergaminho, hoje o título ganha um prestígio muito maior.

    Nathalie Guimarães

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  19. O surgimento do jornalismo digital é um prato cheio para essa sociedade do hic et nun em que vivemos, que valoriza o ”aqui e agora”, a pressa. Não conseguimos parar um pouco durante o dia para ler um jornal, tampouco conseguimos carregar o jornal no ônibus para ler no percurso para o trabalho. Então nos cadastramos no twitter e, enquanto fazemos uma série de coisas no computador, recebemos atualizações constantes das manchetes de notícias que estão sendo publicadas nos sites de notícias que escolhemos seguir. Bem mais cômodo, assim é possível ver o que está sendo postado (sem precisar acessar cada página) e escolher o que é de interesse de cada um para ler. Além disso podemos ver postagens de vereadores, por exemplo, dizendo o que foi resolvido em alguma reunião, sem que aquilo tenha sido apurado e publicado em qualquer jornal, seja ele do meio que for. Com isso, quem precisa ler jornal impresso ou online?
    O autor fala da falta de credibilidade das informações como se fosse algo característico da internet e não é. As informações veiculadas pela internet são postadas de segundo em segundo, o tempo todo está acontecendo algo e basta que aconteça para que esteja disponível na internet. Então, assim que acontece, 15 minutos depois, descobre-se que não era bem aquilo, e novamente uma notícia é postada corrigindo o engano. É como se a condição de existência do jornalismo nesse meio fosse essa possibilidade de erros, desde que corrigidos rapidamente.
    Mas não precisamos ir muito longe pra ver essas falhas acontecendo em meios que não digitais. Quem não se lembra do caso Paula de Oliveira, a brasileira que teria sido atacada por neonazistas na Suíça? O caso foi noticiado pelo Jornal Nacional, pela Folha de São Paulo, pelo Estado de São Paulo, pela BBC, como se tivesse mesmo acontecido, enquanto, na verdade, a única coisa concreta era a declaração do pai da advogada, que se baseou no que a própria filha havia dito. E o problema principal não foi falta de apuração, foi não terem dito que era uma possibilidade, terem noticiado como se já estivesse comprovado que ela havia sido, sim, torturada, sendo que era apenas uma suspeita (que diga-se de passagem, não se confirmou). Falo disso porque o problema da falta de credibilidade não é simplesmente desleixo, não é comodismo, é a competitividade existente entre emissoras e empresas jornalísticas.
    Mas mesmo assim, o jornal impresso ainda é o meio que possui maior credibilidade, os jornalistas têm mais tempo de acompanhar o desenrolar de um determinado fato e de melhorar aquilo que está sendo produzido. Isso torna um erro como o caso de Paula um absurdo para um meio impresso.
    Além disso, discordo do autor quando ele diz que “tudo, uma vez colocado na rede, fica disponibilizado.” Por mais que seja possível consultar os arquivos daquilo que foi publicado na internet, com a mesma facilidade é possível que o site seja retirado do ar, é possível que queiramos ter acesso ao conteúdo de um link que acessamos há 3 anos e quando tentamos abrir, aparece uma mensagem de erro, ou dizendo que o link está quebrado, ou que a página não existe mais. Se tem uma coisa que não é certa na rede, é essa disponibilidade da qual fala o autor do texto. A internet não mantém tudo disponibilizado, mas é possível salvar tudo em documento no computador, sem entulhar nada em espaço físico algum. Porém todos sabem que manter coisas salvas no computador, até mesmo em um cd ou pen-drive também tem o seu risco (e um alto risco).
    O jornal impresso dá a sensação de que o leitor teve a acesso àquilo que mais importava dentro de um universo de outros acontecimentos, já que fala um pouco de cada coisa. Mas como saber que o que ficou de fora não tinha tanta importância? Até que ponto os critérios de noticiabilidade servem ao que o público precisa, e não ao que o público quer?

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  20. O texto “Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais”, de Héris Arnt, mostra que com o surgimento da mídia digital, o jornal deixou de ser uma fonte exclusiva de informação e precisou se adaptar, tendo que redefinir suas funções.
    Não basta ser um mero transmissor de informações, o jornalismo precisa de um espaço para a reflexão. É aí que se firma o jornal, através do aprofundamento, da contextualização da notícia. Esse é o principal diferencial entre o impresso e o digital.
    A tecnologia digital surge como uma importante ferramenta para o jornalismo, pois permite a documentação e a preservação da história da sociedade, dando acesso a obras, informações e produções de todos os tempos.
    A internet tem a capacidade de publicar informações em tempo real e numa velocidade muito maior que o jornal. No entanto elas tendem a ser superficiais, fragmentadas. É o impresso que vai aprofundar essas notícias, analisando os acontecimentos, mostrando os desdobramentos e as várias versões do fato.
    A internet e o impresso se complementam. O que vemos hoje, na maioria dos países, é a integração dessas duas mídias, começando pelas redações de jornal. O digital representou uma importante etapa para o jornalismo, o que não quer dizer que ele irá substituir o impresso.

    Luana Lazarini

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  21. O texto alvo de minha apreciação é “Leitura de Títulos” escrito por Eliana Scott Muzzi. Nele a autora nos apresenta uma análise não somente da relação entre título e o texto por ele sintetizado, como também das características intrínsecas e extrínsecas a ele, dos aspectos que pode assumir, da morfologia na qual se fundamenta e das estruturas que o reveste aquele elemento que é considerado “porta de entrada” das produções textuais: o título.
    Ele (título) denomina um lugar textual privilegiado, capaz de sintetizar em poucas palavras o que no texto foi preciso de linhas para se discutir. É o pouco que diz muito. Uma armadilha capaz de prender o “publico, ainda não leitor” e domá-lo.
    Mesmo com uma “nebulosa de significações” o ele é pode as vezes ser a chave para o entendimento de um texto, a peca que falta nesse quebra cabeça de palavras, uma vez que ele guarda indícios e pressuposições que coexistem e só são atualizados no e pelo texto que os desenvolve.
    O tema poderia parecer (e seria) monótono caso fosse abordado na sua superficialidade, mas a autora consegue imprimir ritmo na narrativa à medida que explora ângulos diversos sobre o mesmo assunto. Isso sem falar na qualidade dos argumentos apresentados.
    Eliana vai longe em suas análises, que englobam desde o histórico, passando pela morfologia, aspectos gráficos até estruturação. Como se não bastasse discutir o caráter espacial, visual e plástico que o título assume na obra ela ainda compara títulos de alguns veículos impressos (livros e jornais). Isso nos permite identificar especificidades de cada um dos diversos gêneros e nos ensina a tomar mais cuidado na hora de escolher os títulos e a não fazer pouco caso dessa importante ferramenta de comunicação.


    Cristiney Costa Campos
    6 ° diurno

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  22. Arnt trata a mídia digital destoando do senso comum, afinal, raros são os jornalistas que nunca cogitaram o fim do jornal impresso na era virtual.
    Se os jornais físicos serão relíquias em museus, isso é uma suposição quase irrelevante dautor.
    Entender a hipermídia como uma nova linguagem, é simplório por desconsiderar o conhecimento superficial de softwares gráficos por parte da maioria dos jornalistas da esfera impressa.
    Propor a mídia digital e impressa como dinâmicasiante da "proposta simbiótica" sugerida pelo , subsistentes e complementares, é de fato enxergar a comunicação global de maneira multifacetada e não excludente.
    Podem derrubar o diploma de jornalismo ou tecerem infâmias sobre seus prossisionais, mas ninguém derrubará o perpétuo caráter informativo, reflexivo e de soberana utilidade pública conferidos a um jornal impresso ou não, feito qualidade.
    Flaviane Soares - Impresso Noturno

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  23. Arnt trata a mídia digital destoando do senso comum, afinal, raros são os jornalistas que nunca cogitaram o fim do jornal impresso na era virtual.
    Se os jornais físicos serão relíquias em museus, isso é uma suposição quase irrelevante diante da "proposta simbiótica" sugerida pelo autor.
    Entender a hipermídia como uma nova linguagem, é simplório por desconsiderar o conhecimento superficial de softwares gráficos por parte da maioria dos jornalistas da esfera impressa.
    Propor a mídia digital e impressa como dinâmicas, subsistentes e complementares, é de fato enxergar a comunicação global de maneira multifacetada e não excludente.
    Podem derrubar o diploma de jornalismo ou tecerem infâmias sobre seus prossisionais, mas ninguém derrubará o perpétuo caráter informativo, reflexivo e de soberana utilidade pública conferidos a um jornal impresso ou não, feito qualidade.
    (comentário correto)
    Flaviane Soares - mergulhao impresso noturno

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  24. Estou transferindo para esse blog o comentário feito pela Lorena, em uma plataforma antiga, que havia criado no wordpress. O comentário foi feito na data e horário registrados pelo Wordpress, que também reproduzo abaixo.
    Ricardo Bedendo

    29 Agosto 2009 às 0:59
    Lorena Molter

    O texto “Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais” trabalha de forma categórica assuntos que, atualmente, causam bastante dúvida e polêmica: o fim dos jornais impressos e o papel das mídias digitais nesse contexto.
    Concordo com a posição coerente da autora, Héris Arnt, ao dizer que “Com o instrumental digital, criou-se um tipo de informação cuja característica é a complementaridade com o impresso”. Digo isso porque o que vemos hoje são os portais de notícias focados em dar “furos” jornalísticos a todo custo, mesmo que isso signifique apurar menos e, em consequência, levar ao navegador informações incompletas. Essas páginas realizam atualizações constantes, de modo que algumas notícias vão se completando a partir das novas postagens.
    O problema dessa novidade digital está, justamente, na apuração, às vezes, insuficiente devido a rapidez do meio. Matérias incompletas são lançadas na rede e, em alguns casos, informações erradas são oferecidas ao receptor.
    As falhas que o dinamismo do meio causa são uma ponte para que a credibilidade dele também fique comprometida. É dentro desse panorama que os jornais impressos são parceiros dos digitais. Apesar de trazerem em suas páginas notícias que já são de conhecimento do leitor, os impressos trazem textos mais bem apurados, com o depoimento de fontes, que muitas vezes tem posicionamento distintos entre si. Nesse sentido, com menos chances de trazer histórias inéditas, os impressos ocupam-se de oferecer notícias mais aprofundadas. Alguns desses textos, inclusive, direcionam o leitores à reflexão.
    Um amante do mundo digital poderia rebater tais colocações, simplesmente, afirmando que a internet oferece uma grande massa de informações. Caberia, então, aos navegadores interessados fazer uma boa pesquisa nos mais variados portais de notícias e, a partir disso, seria possível contrapor ideias ou completar as notícias. Uma vantagem de fato, se pensarmos no potencial da internet. Mas, não é tão simples buscar informações dentro do MUNDO virtual.
    Os jornais impressos fazem essa seleção dos assuntos e das abordagem. Os leitores confiam nessas escolhas porque esse meio transmite credibilidade, pois como já citei, tem tempo para colocar em suas páginas notícias bem apuradas. Soma-se a isso o que Arnt apontou como um dos motivos da sobrevivência dos jornais: “As múltiplas representações dos diferentes fragmentos da sociedade”. Dentro desse contexto, os impressos levam as pessoas a pensarem que vários segmentos sociais estão sendo atendidos.
    Como a autora afirmou os “meios tecnológicos digitais” oferecem muitas possibilidades de “cruzamentos entre os textos de jornais e os textos literários, científicos, documentais e de conhecimentos abstratos” para se fazer novas leituras e conexões. No entanto, não podemos nos esquecer que o mundo digital é, relativamente, novo e como tal ainda está adaptando-se. Por tanto, os jornais impressos ainda são muito importantes para situar os leitores, para selecionar informações e para mostrar os fatos de forma mais completa. Além disso, os impressos possuem uma característica muito marcante que é a sua credibilidade.

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  25. O texto ressalta a importância de um título e a sua responsabilidade em identificar, designar, antecipar, e situar o leitor em relação ao texto. O texto fala também sobre como o título pode não só mostrar o que é o texto, mas também quem é o autor. O título é cheio de significações, revela e esconde o conteúdo do texto. Deve ser construído na medida certa, para que não revele tudo, e se perca o interesse de ler o texto; nem esconda, pois deve servir como um “aperitivo” da leitura. Transferindo a construção do título para a realidade do jornalismo, é possível brincar com as construções, ricas em significações, e fazer do título um “lugar privilegiado de investimento ideológico”.

    Camila Carolina 6ºperíodo diurno

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  26. Começo esse comentário com a observação relevante destacada pelo Leonardo em seu post: “O título pode ser uma ótima sacada, a capa inteligente, o prefácio interativo. Se o texto for ruim, não há fã que agüente”. A frase marca um dos aspectos mais relevantes no debate sobre a construção de um jornalismo socialmente responsável em tempos de convergência midiática: em meio aos recursos técnicos audiovisuais que hoje fascinam pela interatividade e facilidade de manuseio e feedback, é preciso permanentemente repensar o conteúdo expresso na informação. Obter a informação no cenário da banda larga é tarefa das mais simples. O grande desafio é, sem dúvida, desenvolver um processo eficiente de comunicação com as pessoas. Para os jornalistas, então, esse aspecto é prerrogativa básica, seja no impresso ou em qualquer outra mídia.

    Mas essa capacidade comunicativa constitui-se por meio de um longo e complexo percurso. Nossa formação exige, como diz Nilson Lage, “habilidade social”, poder de reatividade perante os contextos nos quais estamos inseridos. Com um trabalho baseado em palavras, precisamos, de verdade, sempre pensarmos em adequação de conteúdos, de desenvolver uma “liga” consistente, a começar pelo título com o texto, como lembra a Paula em seu comentário. A globalização, agora marcada por protocolos cada vez mais velozes de disseminação de conhecimento, exige do profissional de comunicação um poder também de síntese, no qual ele deverá se apoiar em muitos momentos de sua trajetória, para se fazer entender, quem sabe, rapidamente através de um título bem elaborado, como alertou a Thamara, sem deixar escapar a credibilidade com as fontes, com o público e com as instituições, construída com o esforço de cada palavra bem empregada, como enfatizou o Felipe Muniz. A Gabriela lembrou bem da possibilidade de “retrocesso” dessa credibilidade face às novas interfaces comunicacionais, mas com boa formação, diminuímos as possibilidades de recuos.

    O mecanismo de “ativar a capacidade de interpretação”, como propõe a Sarah, é fator chave na concepção de um jornalismo mais lúcido, no sentido de contextualização dos fatos e de uma linguagem universal, aberta à compreensão. Nossas expressões e reações, na jornada de produzir sentido aos fatos, edificam “preconceitos”, como descreveu a Flávia, que, se bem fundados, podem auxiliar o processo de produção e interpretação da notícia cidadã.

    O jornal impresso encontra nas mídias digitais importante amparo para desenvolver ainda mais suas bases e responsabilidades. Como sugere Flaviane, “o caráter informativo, reflexivo e de soberana utilidade pública” precisa ficar sempre em evidência.

    Esse “exercício de reflexão digital” do Jornal de Estudo da Facom/UFJF é, sem dúvida, um diferencial nos processos de produção da informação jornalística em uma escola de e da “Comunicação Social”. Espero que a atividade de produção do conhecimento teórico possa estar sempre presente nas inúmeras pautas que iremos ainda trilhar pelos caminhos profissionais.

    Abraços a todos

    Ricardo Bedendo

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  27. Gabriela Hott Soares30 de agosto de 2009 às 13:27

    O texto "Leitura de Títulos", de Eliana Scotti Muzzi, traz definições, utilizações, importância e características dos títulos em diferentes gêneros textuais. O título exerce função de antecipação e condensação do texto a ser lido. Ele cria curiosidade no leitor, escondendo e revelando o conteúdo ao mesmo tempo. Pela leitura do título, o leitor pode identificar o tema, escolhendo ler ou não a obra.
    Sendo um signo visual, quando acompanhado de ilustração, o título ajuda a construir visualmente o que vai ser lido. A publicidade e a imprensa estão sempre trabalhando com os sentidos humanos para que a mensagem seja captada. Quando se usa uma foto de algum alimento conhecido pelo público receptor, por exemplo, a mensagem é recebida e reconhecida pela visão do que se lê e pelo olfato que a imagem pode provocar.
    Outro exemplo é quando peças publicitárias utilizam diferentes relevos e texturas de papel. O receptor entende a mensagem também pelo tato. Quanto mais órgãos do sentido estimulados na transmissão de uma mensagem, mais fácil será compreender e absorver tal informação.
    A forma passiva é presente nos títulos de jornal, por ser mais direta e objetiva. O subtítulo ou o bigode, do texto jornalístico, exercem função explicativa, faze A autora define o título como sendo o nome do texto, item responsável por evidenciar ponto de vista e conotações estabelecidas pelo autor. Outra função do título é introduzir o leitor ao novo mundo, ao mundo ficcional criado pela obra. O texto, por conseguinte pede uma identidade, ele é a resposta a algo que ficou oculto no título.
    m ponte entre o título e o texto propriamente dito, adicionando mais informações ao título. Tudo aquilo que vier antes do texto (título, subtítulo, dedicatória, prefácio) existe para preparar o leitor para a leitura.
    A autora aborda as diferenças entre títulos denotativos e conotativos. A meu ver, em títulos de jornal não há espaço para o conotativo, aquele que está em “discordância com o conteúdo do texto”, não anunciando o texto corretamente, ficando por conta do leitor a interpretação. O título jornalístico de caráter informativo deve, portanto, ser denotativo, o que implica em corresponder fielmente e de forma objetiva ao conteúdo do texto.
    Ainda sim pode haver os títulos que Muzzi chama parodísticos, aqueles que usam intertextualidade. Se tratando de uma matéria que tem continuidade, que exige portanto, um acompanhamento, a intertextualidade é fundamental para colocar em um contexto histórico, cultural ou social o que está sendo abordado.
    A melhor maneira de se definir como ou qual será o título de um texto é estabelecendo uma convivência com o leitor. Isso implica em conhecer a competência cultural do público, os gostos e frequência de leitura. Dessa forma será possível transmitir a informação de forma mais ousada, diferente, interagindo com o receptor utilizando a linguagem do mesmo.


    Gabriela Hott Soares
    Peço desculpas pelo post atrasado.

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  28. Começo esse comentário concordando com a proposição do Felipe (que, por sua vez, corrobora com Héris Arnt), de que as notícias são mais – ou melhor, talvez – aprofundadas nos jornais impressos. Neles, as notícias são aprofundadas, o que traz mais credibilidade à informação, como ressalta Alice. Além disso, a Alice também destaca a “função de informar, validar e fazer uma reflexão crítica dos acontecimentos” do jornalismo impresso se comparado a outras mídias. É válido, ainda, ressaltar a pluralidade de assuntos nos jornais. Entendo que todos compartilham desta mesma opinião, pelo menos nos comentários expostos aqui.

    Acredito ser válido, ainda, destacar a posição da Bárbara (ratificando o pontuado pelo autor), de que o “jornal impresso se estabelece como um guia”, direcionando o leitor. Melhor ainda quando o coloca como um veículo 'interpretativo'. Ou ainda como completamentar ao jornal digital, como proposto por Arnt no texto, e destacado pela Lorena.

    Concordo, ainda, com a Dafne, ao destacar um trecho em que o autor sugere que o jornalismo digital seja um facilitador, ou ainda como um catalisador, do jornal impresso, uma vez que o meio virtual não aprofunda os assuntos para seus leitores.

    Por outro lado, discordo da argumentação da Gabriela de que Arnt tenha “menosprezado” a mídia digital, apesar de concordar que o texto tenha sido escrito já há bastante tempo. Mesmo assim, não acredito que tenha perdido sua atualidade.

    Compartilho, ainda, da proposição do José Roberto, de o jornal impresso seja o lugar das grandes reportagens e do jornalismo interpretativo e opinativo. Mas não acredito que ele esteja fadado apenas a isso. Na verdade, a proposição de Arnt de que com o surgimento da mídia digital o jornalismo deixou de ser uma fonte exclusiva de informação e precisou se adaptar, tendo que redefinir suas funções (como pertinentemente abordado pela Luana) seja a melhor. Acredito, ainda, que cabe, sim, ao jornal – e a todas as mídias – selecionar aquilo que é notícia (o que é discutido no texto que vocês vão ler nesta semana), ou seja, diferenciar o que é de interesse público do interesse do público.

    Assim como o Ricardo, acredito que este espaço de reflexão, somado à prática de sala de aula, seja o grande diferencial que cada um de vocês vai levar para o mercado de trabalho.

    Abraço,

    Simone

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  29. Acredito que o surgimento do jornalismo digital tenha um papel muito importante na sociedade. Concordo com as opiniões anteriores que afirmam que o jornalismo impresso oferece ao leitor maiores detalhes e mais profundidade dos acontecimentos, sendo assim um guia para quem o lê.

    Entranto, vejo a internet como uma fonte que vai além do texto e que traz ao espectador complementos dos fatos - como fotos, vídeos e áudios. Essa característica "hipermidiática" oferece uma nova forma de obter conhecimento. A rede possibilita a existência de links que, apesar de não fazerem parte diretamente do texto jornalístico em si (no caso de uma notícia ou reportagem), funcionam também como uma ferramenta de aprofundamento do assunto, suprindo a mencionada superficialidade desses textos digitais.

    Com esse novo formato midiático, o jornalismo como um todo se vê obrigado a se adaptar. Discordo do autor quando ele afirma que ainda não existe um profissional polivalente que domine ao mesmo tempo o escrito e o audiovisual.
    Entendo que o texto tenha sido escrito em outra época, mas com relação aos tempos atuais, vejo que as faculdades de jornalismo têm buscado justamente essa formação mencionada pelo autor.

    Acredito que nossa formação tem se preocupado com as adaptações que essa área de atuação tem sofrido e que estamos prontos para assumir nosso papel nessa nova realidade.

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  30. Eliana Muzzi, no texto "Leitura de títulos", aborda a importância dos mesmos como prática cultural em diferentes épocas e contextos. Esse papel desempenhado tem sua explicação no desejo de impor significados ao tema que será relatado e na função de explicar e explicitar as idéias que serão abordadas.

    Entretanto, vale ressaltar que o título deve exercer a função de atrair a atenção do leitor para o texto em si e, de forma alguma, pode se apresentar apenas como resumo do que o sucede.

    A autora comenta, ainda, as características atribuídas ao títulos e as diferenças perceptíveis entre os de caráter literário e aqueles com caráter jornalístico. Nos primeiros, é possível - e até mesmo agradável - a utilização de rimas, jogos sonoros, nominalização e conotação. Já no segundo caso, a tendência é utilizar a criatividade de forma mais séria, dando preferência à verbalização e à denotação.

    Apesar de toda a explanação feita pela autora acerca da nítida importância dos títulos, é relevante reiterar a posição por ela assumida no que diz respeito à ausência de um estudo sobre a finalidade e o estatuto textual dos títulos. Esse fato pode ser claramente percebido e justificável pelo meio acadêmico e pela dificuldade apresentada por muitos alunos no momento de elaborar um título com finalidade jornalística.

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